segunda-feira, junho 25, 2007

A luz(Cité Universitaire de Paris, 2004 - Foto Paulo Aroso Campos)

A luz que nos segue, a luz que não existe na escuridão da noite. Essa mesmo que acrescentamos para nos sentirmos protegidos, vistos, calmos, viajantes no mundo das trevas.
Sinto-me em casa na noite, vivo dela, vivo para ela. Sem sentido depreciativo, sem sentido de festa, de alcool, de excessos. Para mim a noite é o dia de muitos, consigo encontrar mais beleza, mais mistério, mais alegria na escuridão e cheiros da noite.
Quando estou só gosto de me aventurar na escuridão. Posso pensar na ausência de sol, na solidão de almas, só algumas poucas vagueiam pelas ruas nem sempre pelo mesmo motivo. E felizmente não somos todos iguais.
Muitos aproveitam para sonhar, sejam quais forem os sonhos, possiveis ou impossiveis. Outros para viver o presente/passado/futuro, seu ou de outros. Com mais ou menos sucesso. Todos tentamos fazer vida de tudo, aproveitar ao máximo.
Quem vive na noite é mal compreendido. Por isso dão nomes fofinhos aos animais que vivem de dia ou são domesticados, e nomes feios aos que se alimentam da escuridão. É injusto porque todos são necessários mas não nos é dado do devido valor. E há mais morcegos sanguinários a esquartejar durante o dia, seja no nosso sangue, seja nas carteiras, seja nas fantasias que todos queremos realizar.

Já deu para perceber que a imaginação não abunda...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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