terça-feira, novembro 30, 2004

Bem, parece que venho do Sol...
Pareceu-me interessante este teste, embora bem parvo... (se aqui estivessem os castigadores da parvoíce...)





You Are From the Sun



Of all your friends, you're the shining star.
You're dramatic - loving attention and the spotlight.
You're a totally entertainer and the life of the party.
Watch out! The Sun can be stubborn, demanding, and flirty.
Overall, you're a great leader and great friend. The very best!




Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

segunda-feira, novembro 29, 2004

Sobre as eleições para a Direcção Geral da AAC
Declaração de voto: Lista R - REAGE

Pela primeira vez vou usar o meu blog para publicitar algo, ou fazer campanha. Amanhã e terça-feira realizam-se as eleições para os corpos gerentes da Academia de Coimbra, a maior e mais antiga associação de estudantes do país.
Sempre estive à parte de qualquer projecto, e tirando um projecto há alguns anos em que cheguei a ir a uma reunião, nunca mais tive qualquer interesse em participar. Após ter sido elemento efectivo do NEEMAAC - Núcleo de Estudantes de Engenharia Mecânica da AAC - em 2002/2003, e ter sido eleito presidente do mesmo núcleo no mandato para 2003/2004, decidi abrir-me e participar num projecto que fosse interessante e coerente.
Confesso que após ver as caras que surgiram fiquei um pouco desiludido com o panorama; e no ano anterior, como presidente de nucleo, fora abordado por todos os projectos - com o interesse redobrado de conseguirem um apoio importante no Departamento de Engenharia Mecânica - os projectos que me pareceram mais interessantes foram o do Paulo Leitão e o do Bruno Julião (os candidatos que não passaram à segunda volta). Estive em vias de apoiar, como presidente de núcleo, o Julião, porque além de um bom projecto pareciam-me bem organizados, motivados, e com um grupo bem formado e informado. Não apoiei porque numa Assembleia Magna não gostei da forma como o Renato Teixeira se insurgiu contra alguns núcleos que, segundo eles e a sua gente, não nos esforçávamos na luta, não tinhamos qualquer interesse em fazê-lo e que ridicularizávamos os estudantes que representamos e a academia de Coimbra (como se ele não o fizesse!). Nesse momento cortei com todos.
Este ano só fui abordado por elementos da lista R. Mesmo confessando a minha dificuldade em acreditar que fosse um projecto vencedor, eles mostraram-me as linhas mestras, convidaram-me para um cargo na Acção Social - que é um assunto que me interessa bastante - e convidaram-me a ver o seu trabalho.
Fiquei bastante agradado com a forma como tinham a campanha organizada, saindo com panfletos informativos específicos por datas específicas, com um grupo de pessoas que formam uma equipa sólida, organizada e motivada, muita gente jovem interessada em contribuir e em fazer da AAC uma casa de trabalho, onde nenhum aspecto - a ver pelo empenho de todos - será descurado.
Por isso aceitei fazer parte do projecto R - REAGE. Tenho dificuldade ainda em acreditar na vitória porque considero que a lista "de continuação" é muito forte na persuasão (cacique) à boca das urnas, e já tem contactos, excursões e bilhetes dados organizados à muito tempo. Mas acredito no trabalho das pessoas que se apresentam a eleições e acredito que se este projecto ganhar se pode apresentar muito e bom trabalho.

Por isso é bom que todos possam participar e votar. Da minha parte já sabem qual é a tendência. Quanto a vós, tendes sempre opções, mas a unica opção válida e que serve os interesses da academia e universidade é, acima de tudo, a tua comparência nas urnas e depósito do voto - seja em quem for, seja em branco. A participação é o garante da continuação democrática!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

sexta-feira, novembro 26, 2004

"Poison Heart": Sobre esta música, e sobre os Ramones
Vem de longe o meu gosto pessoal pela musica dos Ramones. Não só são uma referência musical para mim, apesar do seu estilo punk rápido, pouco desenvolvido e cujo vocalista tem uma voz das mais horríveis (para muitos que não conheciam a "arte"), como foi paixão ao primeiro ouvido, ficando logo fã e trauteando e escrevendo as musicas nos meus cadernos do ensino secundário. Aos 12 anos sabe-se como são vividas as paixões: com um misto de sofrimento, alegria, tristeza, morbidez, e muito, muito bater de coração em vão.
Esta musica, confidenciado pelo vocalista (já falecido) Joey Ramone, nem era das favoritas deles e eles pouco a ensaiavam, até que tiveram de a começar a tocar nos concertos porque os fãs mais novos a escolheram como icone. Mas um pouco de história:
Os Ramones nascem em Nova York, a meio dos anos 70. Pouco sabiam tocar mas isso não interessava, porque as suas musicas que pouco chegavam aos dois minutos eram de uma energia retumbante. Ao vivo tocavam ininterruptamente, sendo conhecidos pelo começar com o famoso "one two three four" e repetirem-no logo após cada musica terminada. Em cerca de 30 minutos tocavam um album inteiro...
Um dos seus albuns miticos, "It's Alive", tocam em Londres, num fantástico concerto de fim de ano: um dos melhores discos e sons de punk rock ao vivo... memorável!
Os quatro elementos eram quase como irmãos, tendo adoptado o nome da banda (the ramones) e adoptando esse nome como o seu apelido: Joeu, Johnny, Tommy e DeeDee Ramone. Este Tommy tem como nome Tommy Bon Jovi, é familiar do John Bon Jovi (penso que tio) e é um famoso produtor musical. As musicas e letras eram assinadas pelo conjunto do grupo.
Como todas as famílias há discussões; como todas as bandas (com ou sem fama) há drogas e alcool; como muitas são mais famosos após a separação do que antes dela. Foi o que aconteceu com os Ramones. Com três dos seus elementos principais e iniciais já falecidos (Johnny, de aneurisma; Joey, de cancro; DeeDee, de overdose), a banda já não voltará à vida, a não ser em best-off's tocados por bandas famosas (como Pearl Jam, U2, Metallica, etc) fãs desta banda... mas com certeza passará à história por ser uma das primeiras do género.
Deixo-vos a letra (álbum Mondo Bizarro, inicio dos anos 90), e espero que possam procurar musicas deste grupo. Os fãs de punk concerteza vão gostar!

Poison Heart - Ramones

No one ever thought this one would survive
Helpless child, gonna walk a drum beat behind
Lock you in a dream, never let you go
Never let you laugh or smile, not you.

Well, I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart
I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart.

Making friends with a homeless torn up man
He just kind of smiles, it really shakes me up.
There's danger on every corner but I'm okay
Walking down the street trying to forget yesterday.

Well, I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart.
I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart,a poison heart, a poison heart, a poison heart ... yeah!

You know that life really takes its toll
And a poet's gut reaction is to search his very soul
So much damn confusion before my eyes,
But nothing seems to phase me and this one still survives.

I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart.
I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart,
Well, I just want to walk right out of this world,
'Cause everybody has a poison heart.
a poison heart, a poison heart, a poison heart.
a poison heart, a poison heart, a poison heart.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

domingo, novembro 21, 2004

Sobre os comentários...
Reparei que desde que mudei a imagem do site, e com isso (por não conseguir incluir os outros, da Haloscan) ter alterado a forma de colocar comentários, tenho tido menos (para não falar nenhuns!) pessoas a comentar os meus posts, numa altura em que até me tenho esforçado por escrever.
Penso que tal se devesse ao sistema de comentário do proprio Blogger, que pedia para que nos identificássemos como sendo bloggers, ou comentássemos como anónimos. Como pelo Haloscan é muito mais simples, voltei à fórmula antiga, esperando com isto que haja mais comentários nos meus posts.
Afinal de que serve continuar a escrever se não se tem qualquer retorno?
Gostando ou detestando, estando de acordo ou em desacordo, é óptimo saber qual o retorno que o que escrevo/penso tem nos outros.

Outro tipo de sugestões sobre o blog são bem vindas! (Excepto da Central de Informação do Governo...)

Cumprimentos,
Paulo Aroso Campos

quinta-feira, novembro 18, 2004

Solidão

Deixo o meu quarto depois de almoçar. Lá fora ninguém me espera, aqui dentro também não.
Sufoco. Sinto a falta daqueles que amo, que deixei longe, na busca de uma virtude, de uma terapia, de mostrar a mim (e ao mundo) que não sou uma fraude.
Vageio só pelas ruas, pelas estações de metro. Observo as diferenças entre a população: mistura maior é impossível! Pessoas bonitas, feias, alternativas, estranhas. Uns bem vestidos, outros dependendo do gosto. A ler ou ouvir musica; olhos que se interceptam na confusão de uma carruagem cheia, sorrisos que se trocam na timidez do esconderijo no embaraço da situação.
Solidão.
Caminho por entre a multidão onde ninguém conheço. Caminho a observar o que me rodeia, quem me rodeia. Caminho na margem do Sena, aprecio aqueles que caminham sós também. Esquecidos nos pensamentos, olhando o vazio, o infinito. Como eu. Passa o "bateau mouche", os turistas acenam para o mundo, para os desconhecidos.
Solidão.
Sento-me num pequeno muro a escrever uma sms. Destino? Alguém, ao acaso. Ali todos são importantes, pela distância, pela saudade, pelo amor. Todos de forma diferente, com conteudo e emoção diferente. Acabo a mensagem e sinto, por instinto, uma lágrima a escorregar. "Não, agora não... no conforto do meu quarto, onde posso libertar-te, a ti solitária como eu, e a todas as tuas amigas, num mar aberto, em ondas livres e tempestuosas... aqui é que não..."
Solidão. Ao lado senta-se uma menina, toda de preto. Olhos verdes cintilantes, conversa ao telefone. Aproveito para, disfarçadamente, tirar umas fotografias ao que me rodeia, e apercebo-me que ela espera alguém que não vem. Sorte a tua, penso eu, ainda tens alguém. Num momento raro de coincidência e correspondência, entreolhamo-nos e vejo nos lindos olhos verdes cintilantes (e agora tristes) o mesmo lamento que libertei para mim mesmo à pouco: o dialogo interno com a lágrima teimosa que teima em escorrer. Sorri para mim e consegue, também, aguentar a fonte.
Não tive coragem para me apresentar depois de um momento tão intimo. O pálido sorriso que apresentou contrastava com o triste olhar, parecido com o meu, que tenho impressão ter visto reflectido nela.
Levantei-me, lamentando a minha falta de vergonha de não ajudar/me ajudar naquele momento de solidão entre duas almas abandonadas.
Solidão. Sim, solidão. Porque assim o quis, porque assim o mereci...


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, novembro 16, 2004

Casa na praia

Acordo e contemplo o teu corpo nu, somente coberto por um fino lençol branco. Debaixo, o teu corpo move-se, suave, ao ritmo da respiração; compassado, o sono; leve, o corpo, o lençol, a alma.
Vejo-te calma, nesta cama redonda, imaculadamente branca mas em desalinho. Vejo, ao longe, a praia, por entre as frestas dos cortinados, que a brisa faz abrir, ondulando-os e ritmando com o respirar do teu corpo. Lá fora o sol brilha, o mar chama. O calor invade todas as aberturas da casa mas deixa-te só. Ao meu lado. No teu descansar.
Levanto-me e sento-me ao largo. Não deixo de te admirar, de gravar a tua imagem na memória: os teus longos cabelos negros, em desalinho no branco lençol; os teus contornos femininos, atraentes, sensuais. A tua nudez surge-me a cada milimetro que em ti toco com o olhar, como se te percorresse com as mãos; olho para a minha memória, para o fundo da minha alma, e vejo como te entregaste, desejosa, apaixonada, corpo ardente; como te recebi, nervoso por ter receio de te desagradar.
Guiaste-me nas malhas do amor, no quente solar da paixão nocturna, no som inconfundivel das ondas do mar. Após a tempestade no meu ombro recolheste, lua nova, pronta para um novo amanhecer.
O paraíso não é onde se está, mas com quem o pretendemos conhecer...


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

segunda-feira, novembro 15, 2004


Opinião de um prof...
da Universidade Técnica de Lisboa sobre um determinado anuncio de cerveja
(Jornal Publico, sexta-feira 12 de Dezembro 2004)

Nesse artigo, esse senhor mostrava-se muito indignado com o teor do anúncio porque, supostamente, este anuncio era ofensivo para os cidadãos deficientes. Argumenta, a propósito de um dos videos e outdoors sobre uma anedota em que a criança é uma orelha. É claro que é somente a opinião deste senhor, professor universitário, que está aqui a ser apresentada. Não tenho nada contra esta opinião e respeito-a, no entanto surgem-me algumas duvidas acerca da motivação da sua opinião. Pelo que ele diz: "Para isso, (comparação da cor da cerveja com o humor negro) conta, entre outras, a história da notícia do nascimento de uma criança com deficiência, sem membros, e reduzida a uma orelha surda. E faz piada disto e quer ganhar dinheiro com isto, motivando-nos para beber a cerveja negra como o humor da campanha". Não compreendo esta primeira indignação: afinal não é o objectivo da maioria das anedotas a ridicularização para, daí, retirar a graça? Quantas piadas há com alentejanos em que eles são continuamente ridicularizados. Além do mais: já alguma vez se viu uma criança que nasce só sobre a forma de orelha? Como é que vivia, se isso acontecesse? Não seria um nado morto?

Para este senhor não. Porque o problema dele, professor universitário, não é com a cerveja, mas sim com os cidadãos deficientes. Reparem: "Sabemos que a forma como as pessoas com deficiência são consideradas depende da construção social que fazemos à volta da sua condição. Vemo-las como autónomas? Vemo-las como dependentes? A deficiência é, antes de mais, uma construção social. E se assim é, qual é o contributo que esta campanha publicitária dá para um entendimento solidário de um cidadão com deficiencia? Nenhum, porque a piada são as proprias pessoas com deficiencia, e o riso é suscitado pela exibição das suas deficiencias...". Ele vê as pessoas deficientes como diferentes e a deficiencia como uma construção social. Até chegar ao ponto de ficar ofendido com o absurdo de uma anedota em que uma criança é uma orelha, e ficar ofendido porque isso avilta os deficientes coitadinhos! Será que uma pessoa cega ficaria com raiva da anedota se em vez de orelha surda a criança nascesse como um olho cego?

Como diz na campanha, a cerveja, tal como o humor negro, são para uma minoria; quem não gosta não é obrigado nem a beber nem a ouvir. Tal como as várias definições de deficiencia e racismo. Para mim custa-me que um professor universitário seja tão diminuido de visão porque, certamente durante o seu dia a dia, lidará com jovens completamente diferentes. A deficiencia, tal como o racismo - e como eu os entendo - é a forma como olhamos e apontamos as diferenças dos outros, porque todos temos diferenças, todos temos lacunas: sejam sociais, económicas, fisicas. O que nos aproxima é sabermos perceber as diferenças e podermos tratar todos por iguais, sejam eles professores universitários, sejam eles uma orelha surda.

Afinal os "Malucos do Riso" e os "Batanetes" não adaptam anedotas para poderem também vender o seu produto (audiencias)? E não é muito mais ofensivo uma hora de lavagem cerebral batanete ou maluca do riso do que uma cerveja geladinha? E um prato de tremoços para a mesa do canto!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quinta-feira, novembro 11, 2004

Conselho de Ministros a bordo do Navio Escola Sagres?!

Não será uma boa oportunidade para que o Governo fique por águas internacionais? Legalmente não deviam poder entrar nas águas territoriais, como aconteceu com o Barco do Aborto, por cometerem crimes puníveis por lei, e conterem substâncias proibidas...
Já agora que tal levarem o Fernandinho Seabra Santos, e os "do costume", que gostam de interromper actos solenes!
Façamos deste o nosso momento! Impeçam o navio de chegar a um porto nacional!!!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

segunda-feira, novembro 08, 2004

Discurso para a próxima Assembleia Magna
(não é mas poderia ser...)

Caros colegas:
Antes de mais queria fazer um apelo aos policias à paisana e agentes do SIS: sei de fonte segura que o Reitor Fernando Seabra Santos guarda em casa uma ogiva nuclear portátil, que trouxe da ultima viagem à ex-União Soviética... ou da sede do PCP, já não me lembro... pode ter sido também quando ele jantou em Canal Caveira a ultima vez... bom, o que interessa é que se forem a correr ainda os apanham!
Não vou apresentar críticas a ninguém, somente tecer algumas opiniões. Acho que o Renato Teixeira tem aparado a barba e utilizado base da Yves Saint Laurent, o que faz dele um porco capitalista dos piores, porque usa às escondidas, como os drogados. Além disso o megafone do Baía está a ficar rouco e a palavra "Fascistas" soa a "Francesinhas". Os polícias já começaram a olhar para ele como um gourmant e para a próxima acho que é ele que vai ser detido: já não se come francesinha na PSP de Coimbra desde o Maio de 69!
Outra coisa: o pessoal do Conselho das Républicas (g'andas malucos!) não precisam de tentar que a magna seja como as vossas reuniões. Desta forma a táctica de vencer pelo cansaço não se aplica, pá, e os locais onde se fazem as magnas são tão confortáveis como os autocarros em hora de ponta! Por isso deixem-se de defesas de honra porque vós tendes é barbas e não honra, pá!
É uma seca, vêm sempre falar que os outros (fascistas, ou francesinhas, não percebi bem) vêm ao púlpito e não apresentam moções, mas vocês também não! E quando cá vêm por defesas ou questões falam falam, falam falam, e acabam por não se defender nem questionar! Então como é que é?! Ah!
Bem, quero apresentar algumas propostas, simples e de fácil realização. Não é daquelas como aqui aparecem do tipo: a DG tem de fazer um panfleto de 14 páginas para ontem, para entregar em todas as escolas secundárias, desde a Lageosa ao Catarredor, em menos tempo que a Aurora Cunha a correr a maratona.
As minhas propostas são mais sérias. Ah, já agora depois juntem o parlapié dos alunos reunidos no dia tal, às horas tal, que não me apetece. As propostas são as seguintes:
Modificar a expressão "Magnifico Reitor" por "Por favor não me espanque Reitor";
Fazer um policia em cartão, tamanho real, como as estrelas dos filmes nas apresentações, com a cara do Seabra, e um balão a dizer: identifique-se por favor. Esse boneco seria colocado às portas de todas as faculdades e departamentos;
Trocar todos os sinais de transito no acesso à alta, colocando sentidos proibidos na Padre António Vieira, no acesso pelos Arcos do Jardim, e confundir tudo e todos;
Colocar portagem na SCUT Padre António Vieira, sem via verde, a incluir no Orçamento da Universidade;
Aprovação da Propina Estacionamento nos parques de estacionamento da Universidade e Faculdades, por um valor irrisório de 880 euros/ano: afinal o parque do São Jerónimo leva mais carros do que alunos em muitas salas;
Uso massivo dos SMTUC pelos estudantes para mostrarmos que o sistema está bloqueado, é caro, tarda e falha - e que é menos confortável que as salas do Conselho de Républicas;
Baptizarmos as esferas no cimo das monumentais como "Monumento Seabra Santos, o Reitor com tomates" e depositar lá coroas de flores todos os dias 25 de cada mês;
Festejar o dia do professor trabalhador no 1 de Maio, distribuindo narizes de palhaço vermelhos e barbas à Seabra Santos.

Acho que é suficiente!


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quinta-feira, novembro 04, 2004

Vamos por partes...

Eleições americanas e a vitória do W:
Não me espantou muito que tivesse acontecido, acho que já era esperado por grande parte do mundo. Kerry não era grande candidato e toda a gente o sabia; para além disso W. é uma pessoa de força e convicções, mesmo quando não são as melhores... e aquela frase que ele profere aquando do 11 de Setembro "I want to kick some ass" é tipicamente americana, e quase todo o cidadão do mundo a profere quando chega a um tal ponto de raiva, que só destruindo alguma coisa se sente bem.
Não gosto de diminuir um povo e há povos mais burros. Porém os estados que votaram massivamente em W. são estados em que a maioria é como ele: fanática religiosa, pouco interessados no mundo e nas relações internacionais, interessados com o seu cantinho e com a sua riqueza, com medo de perseguição, e que preferem bater em quem aparece antes de perguntar se são culpados.
Medo tenho é do que ele disse no discurso de vitória: queria que o mandato dele fosse virado para a familia, a moral e a fé... problema é que a fé e moral dos outros não será propriamente a dele. Irá sujeitar os outros à força de balas?

Contestação estudantil e Senado:
Neste momento, em Lisboa, está a haver uma manifestação de estudantes de várias universidades. O motivo: a actual legislação de financiamento de universidades, de funcionamento e autonomia universitária, entre outras. É imperioso que os estudantes estejam bem representado, o que - tirando a AAC - não me parece ser bem o caso. O facto de serem entregues avisos por polícias à paisana em várias associações de estudantes também não ajuda nada e abre um clima da democracia 30 anos depois do 25 de Abril.
Mas há outros assuntos internos que me levam a pensar: disse-se que a Latada deveria ter sido adiada por causa do que aconteceu; porém muitos que eram favoráveis a isso estiveram no recinto a divertir-se; muitos que eram favoráveis a isso não deixaram de sair à noite noutros locais da cidade. Fala-se, e foi aprovado em Assembleia Magna, um pedido ao Conselho de Veteranos para que este órgão pondere a não realização da Queima das Fitas 2005. Eu acho estranho e de uma desfaçatez! Reparem: é destas festas que a AAC vai buscar muitos dos fundos desbloqueados para os protestos e para alimentar as diversas secções culturais e desportivas; a AAC é uma associação multi-cultural e não apenas política; as pessoas não deixam de festejar ou de sair à noite e gastar tanto ou mais do que na Queima e Latada, e ainda pior, estão a dar dinheiro a empresários da noite que nos tratam como numeros... por outro lado, é preciso ter LATA porque nas vésperas de greves à porta fechada e manifs o panorama nocturno é este: A ABARROTAR! Por isso qual é a ideia? Mostrar à sociedade civil que dispensamos uma festa da Academia? Para quê mostrar isso se depois se invadem senados e aberturas solenes, se fecha a cadeados? Que impressão passa para a sociedade civil?
Além do mais há quem vá a Lisboa manifestar-se e fique lá para a noite, só voltando no outro dia, ou mesmo indo de fim de semana... então na Latada não havia clima para se festejar e agora já há?!
Para terminar: sobre o senado! O Reitor já mostrou a sua verdadeira face, agora pouco a pouco vai conseguindo mudar o pouco para o tudo continuar na mesma. De que falo? Conseguiu aprovar a propina máxima à pancada e impedindo os estudantes de mostrarem o seu direito à indignação; pediu que fosse revisto o mais depressa possivel o plano disciplinar para alunos universitários, e no ultimo senado aprovou-se o plano de avaliação dos funcionários. Para quando um plano de avaliação dos professores? De formações pedagógicas a professores? Calendarização de entrega de notas por parte dos professores, com punições caso não fossem entregues a tempo?
Pelos vistos só os estudantes e funcionários estão mal na universidade, e o corpo docente é o unico a caminhar na melhor direcção.
Sr. Reitor e equipa: é preciso ter MUITA LATA!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, novembro 02, 2004

11 de Março 2004
Paris, 8h da manhã

O rádio despertador toca em modo rádio, sintonizado na rádio Alfa. Acordo e olho para o relógio para ver as horas: 8:30. Como muitos eu adianto 30 minutos o relógio despertador para, quando tocar, achar que estou atrasado e assim não passo mais tempo na cama... pura mentira!, porque fui eu que o fiz propositadamente e sei o que fiz.
Ainda meio a dormir começo a ouvir com clareza o que transmitem: o noticiário das 8h. É dificil perceber porque falam na hipótese de um atentado, falam de uma estação de comboios, falam de Madrid.
Levanto-me e vou tomar um duche, preciso de ir para a escola. Enquanto me visto a seguir ao duche, ouço o noticiário das 8:30 e percebo o que aconteceu: em Madrid, nas primeiras horas da manhã, houve um atentado numa estação de comboios. Ainda não se sabe muito bem, mas parece que várias composições explodiram e tudo indica que foi um atentado bombista. Fico um pouco estupido com aquilo: atentado bombista numa estação? Pessoas que se deslocam para os seus trabalhos, tal como eu o vou fazer daqui a uns momentos...
Saio da residência e atravesso a Cité Universitaire ainda a pensar naquilo. O dia está meio nublado mas o sol desponta por entre núvens negras; o chão ainda está meio molhado do aguaceiro nocturno, coisa que tem acontecido todos os dias. Passo a entrada da Cité Universitaire, atravesso a estrada em direcção à estação de RER (Réseau Express Régionale, uma espécie de comboio suburbano), e corro para apanhar o RER-B até à próxima estação: Denfert Rochereau. Apesar de não ter medo de sair à rua, apesar de ter ouvido que já aconteceu algo parecido em Paris, vejo que a população está serena; possivelmente muitos ainda nem sabem o que aconteceu, mas a pressa é a mesma dos outros dias, e não há sinal de tristeza, de medo ou inconformismo. Chego a Denfert e dirijo-me à linha 6 do metro: mais 3 estações e estou no destino - Place d'Italie!
Apesar de estar aqui à cerca de duas semanas ainda preciso de recorrer ao mapa de linhas do metro: a rede é muito extensa e eu tenho que estar na escola às 9:00, por isso não me quero enganar. Logo de manhã, nas estações de metro como no RER passam milhares de pessoas, sempre apressadas a correr nas escadas rolantes, corredores, etc. Lembro-me que, quando decidi fazer um periodo de estudos no estrangeiro, no Programa Erasmus, a minha primeira decisão era ir para a Suécia, porém aí já não havia vagas e virei-me para Madrid... a ultima escolha era Paris... Madrid, interessante!
Ao chegar à escola, ainda sem trabalho especifico por fazer (ainda não tinha seminário atribuido), fui aos computadores ver as ultimas noticias, tanto dos jornais portugueses como dos franceses. O primeiro ministro espanhol, José Maria Aznar, atribuia, sem qualquer dúvida, aquele horrifico acontecimento à ETA. Sorrio na minha ignorância... como tenho algum interesse pelo País Basco (mais pela língua) já li alguns livros sobre a luta dos bascos à autodeterminação e sei que este não é o método da ETA: eles fazem assassinios seleccionados a politicos, gente importante ou influente, e raramente matam civis indiscrimindamente e às centenas. Porém nunca se sabe... mas fez-me lembrar aquele dia 11 de Setembro, em que estava a ver televisão às 14h e vejo o segundo avião a embater nas torres do WTC... semelhanças? Muitas... só que aí não eram Bascos mas Fundamentalistas Árabes.
Li que o governo Francês levantou o plano Vigiprate com receio de retaliações de que já foram alvo no passado. Este plano, uma espécie de plano de emergência, funciona com cores, e começa neste momento no mais grave: vermelho. Assim, sempre que seja pedido em qualquer local do estado, na rua, transportes, a nossa identificação, temos de apresentar. Podemos, também, ser revistados se nos acharem suspeitos.
Quando fui almoçar à residência já notei diferenças nas estações de metro e RER: vários avisos nos altifalantes para que as pessoas tenham atenção às malas e que avisem caso detectem alguma abandonada; vê-se "policia" com a farda da RATP (empresa de transportes de Paris), parecidos com a nossa policia de intervenção, com pistola e cacete, a patrulhar as estações, a entrar nos transportes e fazer viagem até à estação seguinte.
Durante o resto do dia notei que na rua havia mais policias, nunca sozinhos, e cheguei a assistir a algumas pessoas a serem revistadas: mais grupos de jovens com aquele estilo chamado "dred", ou com aspecto de muçulmanos, ou pretos. Não vi um branco a ser revistado, tirando esses miudos em "gang" vestidos à "dred". Por um lado fiquei aliviado porque não seria considerado suspeito, mesmo transportando uma mochila preta com o simbolo da AAC (que para eles é esquisito).
À ida para casa comecei a pensar no que eles consideram como suspeito. Pode ser qualquer um, mesmo eu. Posso ter a barba por fazer e ser mais maltrapilho, ou posso estar imaculado; será que são só os muçulmanos que são suspeitos? E como se distingue um etarra? Tenho dois colegas Erasmus de Bilbau - o Iñigo e o Fernando - será que são suspeitos?
Chego à residência e o meu colega do quarto em frente pergunta-me se sei as noticias. Ele estava com um ar chocado. Fouhad, marroquino e muçulmano de religião. Rapaz simpático, baixo, de óculos e ar inteligente. Disse que sim e também estava chocado; perguntei-lhe se já se sabia quem tinha feito aquilo e ele disse que tinha sido um grupo muçulmano... fiquei um pouco inibido pela forma como ele disse aquilo porque notou-se o choque dele pelo acto cometido e não um orgulho, ou uma defesa dos interesses islamicos. Convidei-o a beber um Porto, que tinha, sábiamente, levado na mala, e ele recusou cordialmente: não bebia, era contra a religião dele.
Voltei a pensar na questão dos suspeitos: como é que se pode olhar os muçulmanos todos pela mesma bitola? Como se pode pensar que uma cidade como Paris, com (arrisco dizer) um milhar de habitantes muçulmanos possa ser alvo de ataques terroristas daquele género, cometidos por pessoas tão simples como o Fouhad?
O que mais me choca nesta história toda é haver grupos de pressão islâmicos que fazem actos bárbaros deste tipo como que a castigar o ocidente e toda a sua tecnologia, da qual eles utilizam para matar em vez de fazer o bem. Dessa forma só conseguem fazer com que muitos indiferentes e anónimos virem o seu ódio contra uma comunidade pacífica, simpática, aberta e acolhedora, como são os muçulmanos. Estes, sem qualquer culpa, são mal vistos por todos, são vistos como pólos terroristas... piores que pessoas com doenças contagiosas.
É este o mundo em que vivemos! Até vir embora para Portugal, por algumas vezes fui evacuado do metro, estive em estações próximas a outras onde havia malas abandonadas. Nunca tive medo, é inevitável. Com medo não se sai de casa, e mesmo aí podem acontecer acidentes; só os que não morreram em Atocha ou em New York é que se aperceberam, e ficarão para sempre marcados, pelos atentados. Esses sim ficarão sempre com medo; quem morreu nem sequer soube que foi vitima de uns imbecis que usam a religião para os seus propósitos pessoais. A população em geral continua a sua vida: não é por morrer uma formiga que a colónia deixa de trabalhar...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt