domingo, janeiro 30, 2005

  • A imaginação não abunda por estes lados, como puderam ver pelo ultimo post. Mil desculpas se sucedem mentalmente, mas nenhuma é passivel de transcrever. Realmente o facto de ter um local onde posso escrever o que quiser, mesmo que em muitos momentos se assemelhe a uma sanita de um parque de campismo em dia de greve dos funcionários de limpeza, tem alguma responsabilidade, e sinto que quem me visista diariamente (ou quase) merece da minha pessoa o mais amplo respeito, e a tentativa de actualizar o mais possivel.
  • Aquela forma inovadora (bizarra) de colocar as letras de musicas com reflexões, já teve alguns comentários - principalmente pessoalmente, o que achei bizarro... - mas trata-se, pura e simplesmente, de uma forma simples de ocupar muito espaço sem ter que escrever muito.
  • Sempre foi publico para muitos que me conhecem, e alguns que me lêem, que gosto de escrever, mas não o faço amiúda - bela palavra esta! - e que gostaria de escrever uma história aceitável. Já escrevi uma aos meus 18 anos, mas contam-se pelos dedos aqueles priveligiados (ou não) que a leram. No meu coeficiente de censura, aquela história é sofrivel e atentatória à moral e bons costumes (é má mesmo, só disse isto para apurar a curiosidade...) e essa é a razão porque a não mostrei a mais gente.
  • Continua o vazio, mesmo após um parágrafo em que muito falei e nada disse. Sou assim. Consigo desenvolver nada que parece muito e mostrar muito que parece nada. Ou não.
  • A explicação para os ultimos posts, inovadores na forma e não no conteudo, é simples: ao escutar várias musicas, e dependendo do estilo musical, tenho certas e determinadas reflexões, adequadas ao momento, ao som, ao tempo, etc. Tentei passar esse sentimento para a folha virtual. Podia ter colocado imagens de mulheres (ou homens) nús, para aproveitar um momento mais carente dos leitores; porém não gosto de recorrer ao subterfúgio fácil do palavrão na boca do humorista e guardo para mim esse refugo de memória.
  • No outro dia li um artigo de opinião muito interessante sobre masturbação. Pode ser que, proximamente, aqui faça uma reflexão a esse respeito. Tal como sobre as eleições legislativas de 20 de Fevereiro... afinal blog que se preze tem que ter uma reflexão política, não é?!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quarta-feira, janeiro 26, 2005

Em época de exames, em que a imaginação não abunda, 30% das frases que saem da boca não fazem qualquer sentido, só há uma coisa que passa pela minha cabeça:

Rockaway Beach
(Music/Lyrics: Ramones)
Chewing out a rhythm on my bubble gum
The sun is out and I want some.
It's not hard, not far to reach
We can hitch a ride
To Rockaway Beach.

O céu está bonito: solarengo, poucas nuvéns, um azul vivo. Só durante uma parte da manhã; anoitece cedo e quando o sol se vai, todo aquele calor que é transmitido pelo astro rei torna-se um ambiente gélido e desconfortável...

Up on the roof, out on the street
Down in the playground the hot concrete
Busride is too slow
They blast out the disco on the radio

Pena estar tão frio, porque quando se sente o calor, o sol a bater!!! Delicia! Os olhos fecham-se, ouvem-se os sons e a mente viaja: o cheiro do mar, do sol a bater na areia e no mar, o aroma dos protectores solares. Solta-se um suspiro, abrem-se os olhos novamente...

Rock Rock Rockaway Beach
Rock Rock Rockaway Beach
We can hitch a ride
To Rockaway Beach
It's not hard, not far to reach
We can hitch a ride
To Rockaway Beach.

A época é de exames e é preciso estudar. Volta-se aos livros, mas com a imaginação no Verão, na praia.


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

domingo, janeiro 23, 2005


Observo o mar com eterna paixão. Sempre amei olhar-te, ler no teu movimento aquele envolver apaixonado dos amantes. Eterno, etéreo, a batida das ondas, o restolhar na areia: ora suave e sensivel, qual rio calmo e feliz com a sua sina, ora brutal e cego de ódio e raiva, deitando abaixo tudo o que consegue...

Nunca me esqueci de ti
(João Monge / Rui Veloso)

Bato a porta devagar,
Olho só mais uma vez
Como é tão bonita esta avenida...
É o cais. Flor do cais:
Águas mansas e a nudez
Frágil como as asas de uma vida

Deste ponto alto sei que não me atingirás, mas sei que sou para ti um objectivo. Queres, a todo o custo, resgatar-me, envolver-me no teu braço de água, e dar-me a protecção da tua força. Neste fim de dia, em que o sol forte e quente queima a pele e a vista, em que se reflete até não haver mais o que ver... até ao horizonte possivel...

É o riso, é a lágrima
A expressão incontrolada
Não podia ser de outra maneira
É a sorte, é a sina
Uma mão cheia de nada
E o mundo à cabeceira

Haverá no outro lado alguém que te olha como eu olho? Que sinta a força do teu som como uma batida cardiaca, que te ame e veja em ti a força de paixões? Quem não se sente fascinado por ti, ó mar? Não são as sereias que fazem de ti tão belo e atraente e encantador, mas as miragens que causas a quem muito viaja no teu dorso...

Mas nunca
Me esqueci de ti

Tudo muda, tudo parte
Tudo tem o seu avesso.
Frágil a memória da paixão...
É a lua. Fim da tarde
É a brisa onde adormeço
Quente como a tua mão

Imagino que haja alguém no oposto. Alguém também oposto a mim. Que tal como eu te olha e envia uma mensagem. Não numa garrafa, como nas histórias, mas pelo teu modo de transmissão. Ouves a mensagem, mar, e transmites em todas as costas, para ser ouvida e descodificada por quem a saiba e perceba... talvez por mim...

Mas nunca
Me esqueci de ti


E a minha mensagem, chegará aos teus ouvidos? Concerteza... já imagino até o teu sorriso!

Fotos: Alentejo, Costa Vicentina; Ilha Comprida, SP, Brasil
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quarta-feira, janeiro 19, 2005

Poder de sugestão

Já no paraíso Deus inseriu o elemento dúvida, o elemento sugestivo. Ele sabia que esse seria o maior poder ao alcance do homem. Um poder virtual, que pode tornar o mais simples e inocente ser no mais presunçoso e arrogante, e com ambição de conquistar o mundo.
A famosa cobra do paraíso ofereceu uma maçã proibida a Eva - que diabo!, se estavam no paraíso porquê ser proibida?! - e ela, na escolha entre a maçã da cobra e a banana do Adão, escolheu pela humanidade...

"A NOITE PASSADA " (letra e música: Sérgio Godinho)
"A noite passada acordei com o teu beijo
descias o douro e eu fui esperar-te ao tejo
vinhas numa barca que não vi passar
corri pela margem até à beira do mar
até que te vi num castelo de areia
cantavas "sou gaivota e fui sereia"
ri-me de ti: "então porque não voas?"
e então tu olhaste
depois sorriste
abriste a janela e voaste

Durante o dia a dia este poder surge de todos os pontos: quantos de nós homens não começamos a reparar naquela menina discreta, que um amigo sugeriu que era linda e um amor? Quantos com ambições não se submeteram a lutas e combates e revoluções porque sugeriram que eram invenciveis?

a noite passada fui passear no mar
a viola irmã cuidou de me arrastar
chegado ao mar alto abriu-se em dois o mundo
olhei para baixo, dormias lá no fundo
faltou-me o pé, senti que me afundava
por entre as algas teu cabelo boiava
a lua cheia escureceu nas águas
e então falámos
e então dissemos
aqui vivemos muitos anos


Uma das minhas namoradas surgiu assim - por sugestão. Já tinhamos "ficado", mas com o passar do tempo os amigos começaram a insistir que ela estaria interessada em mim... e pelos vistos do lado dela foi semelhante (mas esta é uma versão não oficial...). Assim namorámos durante uns meses.

a noite passada um paredão ruiu
pela fresta aberta o meu peito fugiu
estavas do outro lado a tricotar janelas
vias-me em segredo ao debruçar-te nelas
cheguei-me a ti, disse baixinho "olá"
toquei-te no ombro e a marca ficou lá
o sol inteiro caiu entre os montes
e então tu olhaste
depois sorriste
disseste "ainda bem que voltaste" "


Poderoso este sistema... e nem toda a gente repara que, e quando, o usa. Por isso o seu perigo. Sinto-o a rondar... não por ser o carrasco, mas apenas a vitima. Serei?

Esta musica fantástica não será a mais apropriada para este tipo de reflexão. Porém, e tendo começado este género bem original, pensei que fazendo uma mistura de géneros pudesse sair algo heterogéneo, que despertasse sentimentos pela musica, e pela reflexão. Um pouco contraditórias... pena é que não dê para ouvir a musica e acompanhar a letra: mais uma mágica desse grande senhor da musica portuguesa: Sérgio Godinho.


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Todos passamos por opções e dilemas na vida; muitos infernizam a cabeça à procura de mensagens onde não existem, ou a realizar filmes que não são da mesma classe cinematográfica...
Dilema(s)...
Confesso que sou uma destas pessoas. Cada decisão para mim é uma dificuldade acrescida, a cada situação que passa vejo coisas que não são bem assim, ou que não existem. A maioria das vezes declino em qualquer responsabilidade sobre a tomada de decisão e, simplesmente, desisto de decidir. Páro, fico no mesmo sitio, sem me mexer, para que a suposta decisão passe por mim e não me veja.

"O Mundo ao Contrário "
(Letra: Tim, Música: Xutos e Pontapés)
"Onde vais?
perguntas tu
ainda meio a dormir
não sei bem
respondo eu
sem saber o que vestir

Torna-se chato ver esta posição nas outras pessoas e tentar avisá-las para que não caiam, forçosamente, nesse erro. Mas como saber se é erro se as pessoas se sentem bem ao fazê-lo? E como julgar os outros sem o fazer a mim?
Porque sais?
ainda é cedo
e tu não sabes mentir
nem eu sei
só sei que fica tarde
e eu tenho de ir

Há sempre respostas, sempre mais que uma. Em qualquer situação. Nem sempre são agradáveis, e o mais natural é decidir por aquela que não traz muita (ou nenhuma) mudança repentina. Isso nem sempre acontece, e por vezes a necessidade de trocar mundos é muito grande,...
bem, depois
de estar na rua
instalou-se uma dor
por nós dois
talvez sair
tivesse sido o melhor
...se assim foi
porque me sinto eu
a morrer de amor?

... diria talvez constante, como romper com o passado, marcar uma imagem. Colocar na memória um momento que ali ficará, para sempre! Ou talvez não, usar esta simples frase, sem qualquer verbo, que torna qualquer coisa numa verdade universal: "ou não..."
tenho a noite a atravessar
doi-me não ir
mas não me deixas voltar

Já começa a ser recorrente. Já se sentem os sintomas; de quê não sei bem... uma rouquidão, umas dores de cabeça, o nariz a pingar. Semelhantes a uma gripe...
se gosto de ti se gostas de mim
se isto não chega
tens o mundo ao contrário"

... ou se calhar é mesmo gripe...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quarta-feira, janeiro 12, 2005

...ou fora do meu mundo...
Soulsick

(Lyrics by Fernando Ribeiro, music by Moonspell - em itálico)
"I am only real at places I can not be
My right hand rebels and chops off the left
(the) hairy ape walks into stage
he tries to stay erect
  • Experimento a sensação de sair fora do meu mundo e entrar num alheio. Que não me pertence. Que fui convidado. Sinto-me desfasado, fora do contexto, como uma frase dita em nonsense, que não se adequa. Mas ali estou.
the one who never slept
in order to be perfected
the arrogance of their hands
the joy of the regret
  • Faço um esforço mas surge inglório. Fico feliz por poder ter um relance daquele mundo durante breves segundos, de sentir a ilusão, de ser um efeito especial desenhado num qualquer computador dos magos de Hollywood; de ter contacto com aquelas pessoas que, a dado momento, me incluem no seu pedaço de outra dimensão...
soulsick- good at things I never did

soulsick but skindeep, tense, frantic but relieved
soulsick but skindeep, tense, frantic but believed

I am only real at places I can not be
Dead liquid vigilant
Implanted into my sleep
  • Abandono por momentos, e sorrateiramente, pela fronteira. Observo de fora para dentro e reparo na felicidade daquele mundo inexistente, daquelas pessoas que conheci mas que na verdade... conhecerei? Transfiguradas apenas, ou minimamente não. Sorrio. Realidades paralelas?
The one who never slept
The one who stays erect
The one who is perfect
The one I do reject

soulsick but skindeep, tense, frantic but relieved
soulsick but skindeep, tense, frantic but believed

soulsick- good at things I never did
I am only real at places I can not be

Soulsick but skindeep
I´m not real, just believed in
Soulsick but skindeep
Not real, just believe it"
  • Acordo. Sensação de realidade. Adormeço; sensação de um sonho. Real - o toque de alguém que nos chama ao mundo, o nosso mundo! Real, objectivo, próximo. Como está proximo quem em mim toca...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, janeiro 11, 2005

Lembrando que este blog também tem espaço para o humor...

"José Sócrates promete recuperar 150 mil empregos em quatro anos" (in Publico online)
Ao ler a noticia com atenção, noto que ele fala verdade, explicando objectivamente o seu plano de recuperação do emprego. Reparem:
"Para combater essa herança, Sócrates promete que, se o PS formar Governo após as legislativas, as suas prioridades passarão pelo estímulo ao crescimento económico, tendo em vista proporcionar novas oportunidades de emprego, e pela aposta na qualificação e nas políticas de conhecimento."
Afinal é tão fácil, não foi?!
José Sócrates tem tentado, a meu ver, todas as formas possiveis e imaginárias de não conseguir maioria absoluta para o seu partido socialista, que não vou dizer o nome. Só ainda não conseguiu fazer melhor que Santana Lopes nesse designio de obter o pior resultado da história (também ultrapassar o mestre não é fácil!). Primeiro disse que queria maioria absoluta, ainda antes de começar a campanha - estava sem teleponto; depois disse que iria colocar em prática a co-incineração. Esta acima colada é, sem dúvida, a melhor de todas! Tendo em conta que a campanha eleitoral só começará daqui a umas semanas, ainda vamos a tempo de ouvir mais umas pérolas... espero que com muito melhor imaginação!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quinta-feira, janeiro 06, 2005

(Des)Confiança

(Almograve, uma das praias - Sudoeste Alentejano, Alentejo - Portugal)
Nos livros de Carl Sagan, do qual sou fã, ele incluia sempre uma frase ou poema de alguém famoso, da biblia, da história. Sempre frases que tinham a ver com o que ele tinha acabado de escrever, ou que simplesmente abordavam a sociedade em geral, os comportamentos. Estes, em muitos casos (não é preciso citar Camões ou Gil Vicente para disso nos apercebermos) já existiam no passado, e continuam no presente, e estendem-se ao futuro. Há males da sociedade que estão, exclusivamente, imputados ao Ser Humano, à forma como ele desenvolveu a inteligência e como a usa - nem sempre de maneira correcta.
Mas o mundo é igual para todos e "dos fracos não reza a história"... porém muitas vezes os fortes são-no na trapaça e falsidade, relegando para segundo plano os justos, os que se prezam por condutas simples, morais, solidárias.
"Quem disse que a vida era justa?", é o que dá vontade de lembrar. Brincando ou não, "a brincar se dizem umas verdades". Neste abuso de frases feitas para abreviar o óbvio - a minha falta de imaginação para desenvolver um titulo controverso, e que insinua a dualidade da palavra - termino este post com uma frase que, em tempos, li num livro do autor que acima citei: Carl Sagan. Esta foi uma frase que se gravou na minha parca memória (quem me conhece bem percebe do que falo...) e que sinto importante, ou pelo menos adequada ao tema.
"Por vezes as maiores mentiras são ditas em silêncio".
Reflexão sob a letra de uma banda portuguesa que, como começa a ser hábito nesta terra, tem mais fama e sucesso no estrangeiro do que na própria pátria: Fonzie (também para fugir um pouco a Jorge Palma...).
Say Hello - Fonzie
"Good bye, so sorry I gotta go
Bring you back, hold you tight it's all I want

Don't leave me
believe me
my eyes will stand on you
you feel me and you need it
you know my life is you

I don't wanna stay alone,
so I'll be here before you know

Say hello, say hello
'cause tomorrow from the heart
We'll erase all the pain and loss
Say hello, say hello
In the morning with the sun
We will find what the future holds

Good bye, I look up and you're standing fall
you're shaking, your heart's breaking
you're gonna fall

Don't leave me
believe me
my eyes will stand on you
you feel me and you need it
you know my life is you

I don't wanna stay alone,
so I'll be here before you know

Say hello, say hello
'cause tomorrow from the heart
We'll erase all the pain and loss
Say hello, say hello
In the morning with the sun
We will find what the future holds

So kiss me once before I go"

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, janeiro 04, 2005

Visão Alternativa

(Azul Infinito, wallpaper, www.pcparadise.hpg.ig.com.br)
"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!"

Florbela Espanca

A felicidade também pode ser contagiante, como a tristeza. Mas é mais fácil ficar triste do que o oposto, e a tendência é para seguir o que é mais fácil e desprezar as dificuldades, mesmo que recompensem mais.
Um novo ano começou à poucos dias, menos de uma semana! Está frio, a época é de gripes e dores de cabeça e tosse convulsa e espirros... mas está um sol radiante e maravilhoso, um céu azul que faz inveja à mais pura cor fabricada no paraíso das cores! Por vezes, ao final da tarde, já com os tons laranja avermelhados no horizonte, onde o sol prepara o seu leito e se vislumbra no oposto o inicio do escuro pontilhado de mil pequenas luzes estelares, sente-se um aroma humido a eucalipto que perfuma todo o ar, e devolve a sensibilidade pela natureza - essa deusa!
Estar com atitude e mente aberta para se recolher alegria de braços abertos, caminhar de cabeça erguida a olhar os outros de frente e arriscar um leve sorriso, é como uma palavra doce no mais puro e inocente caso amoroso... é essa forma de estar o verdadeiro conhecimento!

Quantas vezes não acabamos um dia com pensamentos negativos, sobre o que se devia ou não ter feito, sobre arrependimentos, mágoa... passa-se tanto tempo da vida a pensar em porcarias, mais outro pedaço a dormir, e onde está o tempo de aproveitar o que a vida nos reserva, nos mostra, nos dá? É só esticar a mão e aproveitar!

P.S. - Obrigado pelo teu sorriso.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

sábado, janeiro 01, 2005

O (re) começo...

Tocam as doze badaladas, comem-se as passas, abre-se o espumante! Os amigos beijam-se e abraçam-se, os namorados e casais presentes trocam o carinho e beijo da praxe, quem está longe (ou não na presença) de quem ama telefona ou escreve mensagem, para poder estar junto daquela pessoa que nos fala no coração o mais depressa possivel.
Ouve-se a voz com um pingo de tristeza, de melancolia. Deseja-se o melhor, com palavras de amor e carinho, de conforto, e esperam-se de volta...
Surge a desconfiança, o desprazer, o desamor, o medo, a insegurança. No passado por isso fui responsável, mesmo que o tenha sido involuntáriamente; agora a consciência diz-me que nada se deve à minha conduta. Maneira que fico triste, amuado, chateado por estar a ser reprimido por algo que não fiz, por estar a pagar por um erro que não se deve a mim, à minha memória, ao meu ser.
Que fazer?
Entristeço e definho na minha festa de fim de ano; fico com azia, não sei se de ter comido demais, se do telefonema para a amada que correu mal e surgiu com acusações.
Recupero: que fazer?...
"não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim já parou, já mal o vejo
e sobre o Tejo..." (Sérgio Godinho, Lisboa que amanhece, excerto)
Mais um ano que passou, os melhores desejos para o ano novo. Faz de conta que o fuso horário está mal e ainda não surgiu 2005...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt