O (re) começo...
Tocam as doze badaladas, comem-se as passas, abre-se o espumante! Os amigos beijam-se e abraçam-se, os namorados e casais presentes trocam o carinho e beijo da praxe, quem está longe (ou não na presença) de quem ama telefona ou escreve mensagem, para poder estar junto daquela pessoa que nos fala no coração o mais depressa possivel.
Ouve-se a voz com um pingo de tristeza, de melancolia. Deseja-se o melhor, com palavras de amor e carinho, de conforto, e esperam-se de volta...
Surge a desconfiança, o desprazer, o desamor, o medo, a insegurança. No passado por isso fui responsável, mesmo que o tenha sido involuntáriamente; agora a consciência diz-me que nada se deve à minha conduta. Maneira que fico triste, amuado, chateado por estar a ser reprimido por algo que não fiz, por estar a pagar por um erro que não se deve a mim, à minha memória, ao meu ser.
Que fazer?
Entristeço e definho na minha festa de fim de ano; fico com azia, não sei se de ter comido demais, se do telefonema para a amada que correu mal e surgiu com acusações.
Recupero: que fazer?...
"não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim já parou, já mal o vejo
e sobre o Tejo..." (Sérgio Godinho, Lisboa que amanhece, excerto)
Mais um ano que passou, os melhores desejos para o ano novo. Faz de conta que o fuso horário está mal e ainda não surgiu 2005...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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