sexta-feira, julho 20, 2012

Miguel Relvas


O caso à volta da licenciatura do Miguel Relvas só demonstra uma coisa: provincianismo. Do próprio, por achar que por ter uma licenciatura em Direito seria mais do que é; dos políticos que o criticam, porque não é preciso ser "doutor" para se ser político e poder (ou não) trabalhar bem, e porque há problemas bem maiores no país que deviam ser alvo de mais atenção - o que quer dizer que eles estão distraidos com pantomineirices bacocas em vez de estar a trabalhar naquilo para o qual são realmente pagos; da Lusófona, por acharem que uma estupidez desta ia passar impune.
É curioso todo o tráfego de influências que existe em Portugal, e as diferentes opiniões do espectro político. Do ponto de vista político, o sr. Relvas devia-se demitir porque é escandaloso um politico ser trafulha na sua licenciatura. Mas o ponto de vista político é apenas o ficar ou não bem na fotografia. Ou seja, se ele se demitisse, estaria a admitir o erro, e seria substituido no governo passando para a sua actividade privada. Que seria, tal como o Jorge Coelho, após o desastre de Entre os Rios, sair da política e ingressar na administração de uma empresa privada de construção civil, que por acaso foi a que construiu 2 pontes sobre o Rio Paiva.
Limpando a cara "politicamente", o nosso ministro dos Assuntos Parlamentares, levaria na sua bagagem toda a informação que ganhou acedendo ao governo, para uma empresa privada poder facturar. Muito bonito este exemplo!
Ao ficar no seu cargo o que acontece? Nega que se licenciou em Direito pela Lusófona? Não. Usa essa licenciatura (como por exemplo o fez o Sr. Sócrates)? Não. Assume o que fez e dá o corpo às balas. Como qualquer um deve fazer no seu local de trabalho: assumir os erros e responsabilidades, e andar para a frente.
O que vale é que as piadas e graçolas continuam a ter piada.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com

quinta-feira, julho 05, 2012

Regresso a casa


Voltei ao local que deixei tempos atrás. Onde escrevi felicidade e recordei o passado. Onde escrevo o presente.
Os regressos nunca são iguais. Mesmo que as cores sejam as mesmas, os espaços sejam os mesmos. Ou que se mude a cor, a disposição. Nós regressamos, mas não estamos iguais. E a forma como se vêem as coisas fica alterado para sempre.
Não para melhor; não para pior. Pronto a ser escrito de novo, como começar de novo.
É assim que começam as mudanças: partir do zero, utilizar tudo o que se aprendeu antes.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com