Pega Ladrão!
Mas está tudo burro?! Tenho visto e lido coisas fenomenais esta semana. Desde "endeusar" uma ex-lider da oposição que agora tem razão em ter dito, no passado, que precisávamos de 6 meses de ditadura para endireitar isto, até falarem bem do Presidente da Republica, até haverem grupos no Facebook a dizer que com "x likes espetam um balazio no PPC". E depois disto vêm criticar que aumente o numero de seguranças pessoais que ele tem. Mas está tudo burro?! Esquecem-se do passado?
O país está uma lástima, mas a culpa não é só de 1 ano de governo deste senhor. É culpado? Também! Mas... e os 3 PEC's aprovados pelo Sócrates, que esteve à espera de haver um chumbo para se demitir? E de concorrer novamente sabendo que não iria ser eleito PM? (E esteve quase...) Livrando assim o PS de assumir novamente governo com o passado tenebroso que ele deixou. Ele é que salvou o PS, que vai sair deste pantano com as cuecas sujas mas na mó de cima!
E antes do Sócrates? O que temos? Um Durão Barroso, que ao primeiro sinal de palermice fugiu, qual duque da Casa de Bragança com medo de Napoleão? Que deixou o país entregue ao despesista noctivago do Santana Lopes? E ambos com a despesa do Euro 2004, com 10 estádios megalómanos para um Europeu, quando nos 2 ultimos europeus, organizados por 2 paises cada, houve no máximo 3 estádios por país. E Portugal? Com menos de metade dos habitantes de qualquer um dos 4 países organizadores dos ultimos europeus? 10 estádios! Somos os maiores!!!
E antes disso? Um Guterres, que decide ficar com o Europeu e luta por essa megalomania. Com o aproveitamento do Cavaco deitado no lixo, e o amor da Rosa em Punho. Com a Expo 98 (mais uma que nos arruinou), a parque Expo e todos os escandalos, o mostrar À Europa que somos bons alunos, em querer organizar o Euro 2004 com 10 estádios, em cidades que nem sequer conseguem manter o património histórico, em mostrar ao mundo que a nossa economia do compadrio e terceiro mundista se adaptou bem ao europeísmo de há 10 anos antes, e toca de mascarar e maquilhar contas para podermos entrar no Euro! Ah que maravilha! Os que venham a seguir que se fodam!
E as duas maiorias absolutas do Cavaco, que nos vendem as pescas, a agricultura, tudo ao desbarato, que nos põem reféns de importação de bens de primeira necessidade, as privatizações tresloucadas, e a loucura do asfalto, com a morte da ferrovia?
Parece que quem se salva desta matilha toda é o Soares. Que nos pôs na europa e é um rei. E foi, porque durante os dois mandatos de presidente todos o chamavam de Rei. Porque tinha comitivas de Rei e sempre usou do bom e do melhor que o contribuinte pagou; que saiu com todas as regalias e mais algumas (e critica tudo e todos e alguma vez dispensou alguma das regalias?!). Porque saiu, criou uma fundação com o seu nome que há mais de 10 anos não apresentou porra de obra nenhuma e teve milhares de milhões de euros de apoio estatal. À custa de quem? Dos mesmos que são roubados agora!
E quem se safa no meio disto tudo? Um PCP que clama por democracia mas nem sequer sabe usar da democracia internamente? Que quem tem mais poder é quem está à mais tempo e pica mais vezes o ponto? Ou o BE, que viu agora o líder sair e decidir como o partido deve ser governado?
E quem mexe nas manif's de indignados nos ultimos 2 anos? São os jovens indignados, todos de diploma na mão e coitadinhos não têm emprego nas suas áreas! E se votassem? De onde vem a abstenção? Não é dos velhotes, porque as assembleias de voto em todas as eleições, depois das 16h, já têm quase todos os votantes com presença. É nas mesas de voto dos mais novos, entre os 18 e os 40, porque todos se estão a cagar. Todos criticam mas estão-se nas tintas. Não mexem uma palha. Ou não vão votar, ou votam em branco e nulo (infelizmente no nosso sistema eleitoral é a mesma coisa), ou vestem a camisola do partido porque são militantes e, qual clube de futebol, não querem que o rival ganhe.
No final, mesmo no final, pedimos sempre aos politicos que elegemos, que devem dar o exemplo. Mas na verdade somos nós, todos nós que devemos dar o exemplo como sociedade. Porque o politico que foi eleito não é mais do que o anónimo da sociedade civil. E é o mesmo que estaciona no proíbido, que liga os 4 piscas para parar mal o carro, que passa à frente da fila "só para fazer uma perguntinha", que não paga o que deve, que usa familiares e amigos para conseguir o que quer. Nós não damos o exemplo, e deviamos ser nós a fazê-lo. Porque se queremos politicos exemplares, temos de os modelar à nossa imagem.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com
Pretende ser diferente do normal, por isso ser "contra natura". A ideia é desenvolver textos críticos, que possam misturar (ou não) um pouco de humor não amordaçado.
sexta-feira, setembro 14, 2012
segunda-feira, setembro 10, 2012
Gaveta
Nos ultimos anos, 5 ou 6 ou 7, sempre que me sentia tentado a mudar qualquer coisa, e tinha bem planeado as coisas para dar certo, haviam acontecimentos que me faziam não dar esse passo. Acontecimentos mais ou menos marcantes, mas todos importantes, que mais tarde encarei como sendo "sinais" para não ter mudado. Não sei se fiz bem, se fiz mal, mas sempre que houve um desses acontecimentos, uma das reacções era, de raiva, estar a cagar para convenções e conveniências, e seguir em frente sem medo. Isso deveria dar-me mais força para abraçar projectos mas em vez disso punha na gaveta os antigos, e planeados, e começava a planear novos.
Na verdade o que gosto mesmo, o que mais me atrai, é planear coisas. É pesar prós e contras, saber se podem ser concretizados, se podem ter sucesso. Deixa-los na gaveta, ou transmitir essa força, essa paixão, esse arrebatamento a outros, e motivá-los a abraçar os seus projectos!
Depois surge aquele vazio estranho. Aquele vácuo de, misto de alegria e tristeza, ter de obrigatoriamente deixar de ter contacto com pessoas ou coisas ou situações que quero que façam parte do meu dia a dia. Mas que só o fazem temporáriamente. Porque sou eu que estou dentro da gaveta...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com
segunda-feira, agosto 06, 2012
Sonhos
- Com o que sonhas tu, princesa? - pergunta-lhe o rapaz meio distraído a olhar para o chão.
Chama-lhe princesa não por qualquer ligação de sangue azul. Chama-lhe princesa porque ela fá-lo sentir um príncipe ao lhe aquecer o coração com a sua presença, beleza e palavras.
- Sonho com o verão, meu bem. Sonho com noites quentes e mesa farta; sonho com muitas pessoas, amigas e familiares, a sorrir e a falar alto enquanto se presenteiam com óptimos acepipes e brindam com os seus copos de vinho. Sonho com camaradagem e luar, o suspiro da brisa por entre as árvores, o silêncio ensurdecedor de espaços abertos, em repouso.
Mexe no cabelo, puxa para trás da orelha e olha para ele, o que se sente príncipe junto dela, o que ela vê como príncipe mas não tem, nunca terá coragem de o chamar como tal. Ele, como que adivinhando, olha nos olhos dela e vê neles aquele brilho inocente de criança, aquele espectáculo de cor viva bombástico que parece que sorri sempre que se entre-olham.
- Tens sonhos assim? - pergunta-lhe ela, sem afastar os olhos.
- Acho que sim. Não sei. Não me lembro dos meus sonhos. Têm muito nevoeiro. Mas senti o teu como sendo meu, e senti um arrepio, um impulso no bater do coração.
Os olhares dão aquele abraço que ambos querem dar, mas que eles - impedidos por quais barreiras invisíveis - não se permitem tal deleite.
E continuam a observar o riacho à medida que o sol se começa a esconder atrás da montanha, e a Lua caminha para a sua posição de lanterna na noite escura.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com
sexta-feira, julho 20, 2012
Miguel Relvas
O caso à volta da licenciatura do Miguel Relvas só demonstra uma coisa: provincianismo. Do próprio, por achar que por ter uma licenciatura em Direito seria mais do que é; dos políticos que o criticam, porque não é preciso ser "doutor" para se ser político e poder (ou não) trabalhar bem, e porque há problemas bem maiores no país que deviam ser alvo de mais atenção - o que quer dizer que eles estão distraidos com pantomineirices bacocas em vez de estar a trabalhar naquilo para o qual são realmente pagos; da Lusófona, por acharem que uma estupidez desta ia passar impune.
É curioso todo o tráfego de influências que existe em Portugal, e as diferentes opiniões do espectro político. Do ponto de vista político, o sr. Relvas devia-se demitir porque é escandaloso um politico ser trafulha na sua licenciatura. Mas o ponto de vista político é apenas o ficar ou não bem na fotografia. Ou seja, se ele se demitisse, estaria a admitir o erro, e seria substituido no governo passando para a sua actividade privada. Que seria, tal como o Jorge Coelho, após o desastre de Entre os Rios, sair da política e ingressar na administração de uma empresa privada de construção civil, que por acaso foi a que construiu 2 pontes sobre o Rio Paiva.
Limpando a cara "politicamente", o nosso ministro dos Assuntos Parlamentares, levaria na sua bagagem toda a informação que ganhou acedendo ao governo, para uma empresa privada poder facturar. Muito bonito este exemplo!
Ao ficar no seu cargo o que acontece? Nega que se licenciou em Direito pela Lusófona? Não. Usa essa licenciatura (como por exemplo o fez o Sr. Sócrates)? Não. Assume o que fez e dá o corpo às balas. Como qualquer um deve fazer no seu local de trabalho: assumir os erros e responsabilidades, e andar para a frente.
O que vale é que as piadas e graçolas continuam a ter piada.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com
quinta-feira, julho 05, 2012
Regresso a casa
Voltei ao local que deixei tempos atrás. Onde escrevi felicidade e recordei o passado. Onde escrevo o presente.
Os regressos nunca são iguais. Mesmo que as cores sejam as mesmas, os espaços sejam os mesmos. Ou que se mude a cor, a disposição. Nós regressamos, mas não estamos iguais. E a forma como se vêem as coisas fica alterado para sempre.
Não para melhor; não para pior. Pronto a ser escrito de novo, como começar de novo.
É assim que começam as mudanças: partir do zero, utilizar tudo o que se aprendeu antes.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com
Voltei ao local que deixei tempos atrás. Onde escrevi felicidade e recordei o passado. Onde escrevo o presente.
Os regressos nunca são iguais. Mesmo que as cores sejam as mesmas, os espaços sejam os mesmos. Ou que se mude a cor, a disposição. Nós regressamos, mas não estamos iguais. E a forma como se vêem as coisas fica alterado para sempre.
Não para melhor; não para pior. Pronto a ser escrito de novo, como começar de novo.
É assim que começam as mudanças: partir do zero, utilizar tudo o que se aprendeu antes.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@gmail.com
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