terça-feira, janeiro 30, 2007

(foto: Alteirinhos, a sul da Zambujeira do Mar, Alentejo 2007 - Paulo Aroso Campos)
Templo

Fresco, o templo. Bonito, retemperador.
Sentado nas rochas, virado a sul. Com vento a bater no rosto, suave. O cheiro a maresia, o sol a escurecer-me a pele. Vozes de almas que passam e falam e protegem o espaço, aquela cadeira secular onde me sento, formada pelos deuses em dia de bonomia, de perfeição.
As plantas nascem aqui e ali, espreitam a luz do sol - superior e majestoso - e o cheiro das águas. E todos aqueles que, como eu, ali param para ouvir as almas e para observar o templo.
E o tempo.
E repousam, conscientes que os segundos, minutos, horas que passaram ali em reflexão, ao som do mar e com a luz do sol, não foram perdidos.
Levanto-me sem me despedir; o templo sabe que não preciso... voltarei sempre e sempre estarão as portas (seculares, não reais) abertas à minha presença.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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