Pretende ser diferente do normal, por isso ser "contra natura". A ideia é desenvolver textos críticos, que possam misturar (ou não) um pouco de humor não amordaçado.
terça-feira, julho 03, 2007
Outro sentido...
Disse-me que sempre que ia ali lembrava-se dele. Disse-me que foi lá que quase aconteceu. Sobressaltou-se quando o viu, e reparei que estava arrepiada. Sorriu, ele veio cumprimentá-la com um sorriso, olhos nos olhos, sorriso no sorriso. Ela segura-lhe a mão, dizem-se palavras de circunstância um ao outro, as mãos vão-se separando lentamente enquanto ele se afasta. Dois beijos na face em que ela, sem ele se aperceber, fechou os olhos e ficou com o seu cheiro na alma. Ele fez o mesmo, eu vi, e perdeu-se no meio da multidão frenética, no meio da musica maluca.
Olhou para mim com um olhar triste, um olhar de desejo inconcretizável. Agarrou-se ao meu braço com todas as forças como se fosse desmaiar e desabafa "não o posso encontrar, a vontade é enorme!".
Ela conta-me que ele está bem com a namorada, que vão casar. Ela conta-me que finalmente está com um namorado que gosta e que ambos se querem. No entanto sempre que se encontram junta-se por cima das suas cabeças aquela aura de libido, de desejo de ambos os corpos se amarem, se conhecerem, se oferecerem ao prazer do outro.
As bocas beijam-se no imaginário, os olhos beijam-se no ar ténue que os circunda. "Sinto uma atracção fisica enorme por ele, não consigo evitar!" - esse desejo torna-te mais humana, mais falivel, mas mais corajosa por admitires algo que uma mulher não gosta de admitir a um rapaz, mesmo que amigo.
Eu vi. Ele também olhou para trás. Ele também sente o mesmo. E deseja em silêncio. E sofre em silêncio. E nem sequer partilharam uma unica fotografia...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário