sexta-feira, julho 27, 2007

Noite

Vivo de noite. Vivo da noite. A maioria dos olhares que me passam à frente, que me olham e julgam, são olhares toldados por multiplos factores, multiplos sentimentos. Desde o olhar etílico, ao olhar cansado, ao triste, o alegre, de luxuria, de raiva, de...
Procuro algo especial nos olhares que me perguntam, naqueles que me escutam e procuram algo também no meu.
Algo mais que nem sempre posso dar. Ou não quero.
Como olho a lua e ela olha para mim. A cada novo dia que a noite começa. A cada instante que saio à rua e a cumprimento.
Com o olhar.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Frase

Maioria dos sentimentos e das discussões têm por base a estupidez.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, julho 24, 2007


Portugal vs Espanha
O português tem inveja do espanhol. Excepto no futebol, que apesar de não termos ganho nada ainda, e termos aquelas vitórias morais que tanto gostamos, aí somos patriotas - ou nacionalistas - ferrenhos, os maiores, ninguém nos pára.
No entanto na realidade não é assim. Olhamos para o pais vizinho com a inveja de gostar de ser como eles e, como optamos sempre pela via mais fácil, o mais fácil seria a integração de Portugal em Espanha.
Várias pessoas amigas, que considero de bastante inteligência, já o referiram em conversa de café, que até gostariam de ser espanhóis - não referiram que gostariam de ter nascido em Espanha, mas que passassem a ter cidadania espanhola sem mexer uma palha do local onde nasceram e vivem actualmente.
E porquê esta ideia? Eu tenho uma teoria. Somos sedentários, não gostamos muito de nos mexer. Somos desconfiados em relação aqueles que elegemos, àquelas pessoas que decidem investir num negócio proprio e criar emprego, enfim, somos desconfiados em relação áqueles que arriscam ter sucesso. Mas gostamos de ser os melhores amigos dos casos de sucesso, se possivel fazer parte dele sem mexer muito.
É ai que se encerra a minha teoria. Espanha é o vizinho que arriscou o sucesso. E está a viver dele. E cada vez mais o sucesso se mantém e a população tem orgulho do si, das suas regiões, dos seus produtos - mesmo que mais caros - e dos governantes. A Espanha tornou-se um dos motores da europa e tem neste momento um clima económico e empresas gigantes mundiais com muito mais capacidade e sucesso que países como a França ou Alemanha, a braços com vários problemas sociais e de empregabilidade.
O que me deixa triste nestas teorias é que Portugal tem essa mesma capacidade. Temos bons recursos humanos - e prova disso é ver a maioria das comunidades emigrantes em França, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Luxemburgo, Brasil, em que muitos sairam daqui para fugir à ditadura, com uma mão à frente e outra atrás, e agora são donos de negócios de sucesso, empreendedores, bons patrões e exemplares na sociedade - bom clima, boa capacidade em muitos campos. Mas em vez disso preferimos ser absorvidos pelos espanhois do que trabalhar e lutar por sermos como eles. Porque nós, coitadinhos, não temos capacidade.
Reconheço que em Espanha se fez muito e bem. Também têm defeitos, obviamente e como todos. E que devemos olhar para o exemplo e tentar à nossa maneira seguir o caminho - sem copiar, que tem sido a constante de vários governos. Se somos capazes e temos capacidade porque não fazê-lo?



Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, julho 17, 2007

"É hoje..."

Foi com esta frase na cabeça que acordei estremunhado com o alarme a tocar. Olhei para o relógio e vi que já estava a tocar à 5 minutos, porém só agora o ouvi.
Liguei o rádio enquanto preparava a tralha para o duche quente. Lá fora o inverno visivel disfarçava o verão ausente, a sua altura de eleição. Mas a chuva batida a vento insistia em se esborrachar contra as janelas e paredes e chão, por todos os lados.
Nas noticias ouço um ataque terrorista numa capital europeia. Ainda meio a dormir não percebi bem qual a capital nem que tipo de ataque tinha sido, ainda não havia muitos pormenores.
"... é hoje..."
Não sabia bem porquê de ser hoje nem o motivo pelo qual a frase não me saia da cabeça. Parvoice certa, pensei. Sai do duche quente, pensei nas pessoas que gostaria de encontrar, ou talvez apenas contactar. Vesti-me maquinalmente e sai de casa em direcção ao metro.
Na estação estão centenas de pessoas de forma ordenadamente desordenada à espera da sua vez de serem tragados pelo comboio citadino.
Entramos no tunel. Ao longe ouve-se um telemovel a tocar e um senhor a dizer apenas "é hoje".
Estrondo no tunel.
Explosão...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

segunda-feira, julho 16, 2007

Quando ja cheira a ferias...




... lembro-me sempre desta mitica musica! Quantos de vos, queridos leitores (que ultimamente tem sido cada vez mais, vendo pelos numeros) se lembram deste belo tesourinho da musica portuguesa?
Vao-me mantendo informado atraves de comentarios, ou dando os vossos bitaites de outros belos tesouros.

sábado, julho 07, 2007

quarta-feira, julho 04, 2007

Ah!... situo-me na mediania... (estes testes são um vicio, qual Ana Mais Atrevida!)
You Will Die at Age 73

You're pretty average when it comes to how you live...
And how you'll die as well.


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
E isto fica cada vez melhor!!!

You Are a Mermaid

You are a total daydreamer, and people tend to think you're flakier than you actually are.
While your head is often in the clouds, you'll always come back to earth to help someone in need.
Beyond being a caring person, you are also very intelligent and rational.
You understand the connections of the universe better than almost anyone else.


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Muah ah ah ah ah!!!
You Are 50% Evil

You are evil, but you haven't yet mastered the dark side.
Fear not though - you are on your way to world domination.


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, julho 03, 2007


Outro sentido...


Disse-me que sempre que ia ali lembrava-se dele. Disse-me que foi lá que quase aconteceu. Sobressaltou-se quando o viu, e reparei que estava arrepiada. Sorriu, ele veio cumprimentá-la com um sorriso, olhos nos olhos, sorriso no sorriso. Ela segura-lhe a mão, dizem-se palavras de circunstância um ao outro, as mãos vão-se separando lentamente enquanto ele se afasta. Dois beijos na face em que ela, sem ele se aperceber, fechou os olhos e ficou com o seu cheiro na alma. Ele fez o mesmo, eu vi, e perdeu-se no meio da multidão frenética, no meio da musica maluca.
Olhou para mim com um olhar triste, um olhar de desejo inconcretizável. Agarrou-se ao meu braço com todas as forças como se fosse desmaiar e desabafa "não o posso encontrar, a vontade é enorme!".
Ela conta-me que ele está bem com a namorada, que vão casar. Ela conta-me que finalmente está com um namorado que gosta e que ambos se querem. No entanto sempre que se encontram junta-se por cima das suas cabeças aquela aura de libido, de desejo de ambos os corpos se amarem, se conhecerem, se oferecerem ao prazer do outro.
As bocas beijam-se no imaginário, os olhos beijam-se no ar ténue que os circunda. "Sinto uma atracção fisica enorme por ele, não consigo evitar!" - esse desejo torna-te mais humana, mais falivel, mas mais corajosa por admitires algo que uma mulher não gosta de admitir a um rapaz, mesmo que amigo.
Eu vi. Ele também olhou para trás. Ele também sente o mesmo. E deseja em silêncio. E sofre em silêncio. E nem sequer partilharam uma unica fotografia...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt