Paris rima com Patins, algàlia com o Asterix (?)
Paris com sol é uma cidade que se transcende. Resplandece, aparece, move-se. Ao sabado anda-se nas ruas a fazer as ultimas compras da semana; ao domingo a cidade cede o seu espaço aos transeuntes, habitantes ou nao, turistas, viajantes, passeantes.
Aos domingos grande parte do comércio està fechado, exceptuando-se grandes multinacionais com nome de ar condicionado, com nome de virgem ou com cara de palhaço, e os cinemas, teatros, museus. No primeiro domingo de cada mês ha museus que têm as suas portas abertas para a populaçao, como o Louvre; as marginais junto ao Sena estao abertas aos peoes, de bicicleta, a pé ou de patins, para poderem contemplar um local bonito e digno de passeio, com homens, mulheres e crianças a passear, às centenas ou mesmo milhares; ouvem-se varios idiomas, desde o frances, espanhol, ingles, japones, espanhol, espanhol, espanhol.
Ja deu para perceber o porquê dos patins: porque Paris é uma cidade optima para quem se desloca de patins ou velocipede, com varios parques, jardins e passeios preparados com zonas para velocipedes, estando tambem os semaforos servidos por uma passadeira velocipédica. Agora porquê a algalia?
Porque simplesmente Paris é grande, enorme. Qualquer pequeno passeio torna-se um grande passeio, muitas horas de pé, a percorrer ou parado. Cansa, faz sede, leva-se ou compra-se àgua, bebe-se, quanto mais se bebe mais vontade se tem de beber, bebe-se.
Ora a natureza tem destas coisas e, pelo ciclo natural, o que entra em cima é digerido, transformado, e o que nao interessa é rejeitado - a urina! - Para isso ha as "toilettes", bem assinaladas nos locais publicos, com varias setas, muitas delas em circulos, como que a obrigar a uma procura intensiva, ansiando nao encharcar as calças e sapatos com o vil liquido quente-amarelado. Quando entramos deparamos com um torniquete e uma preta (até agora ainda nao vi de outra cor) que interpelamos sobre o preço da mija.
Ai o caso varia: ja vi a 30, a 40 e a 50 cêntimos. Para urinol, claro està! O melhor serviço foi junto à Torre Eiffel, cujos 40Cents permitiram o lavar de maos com àgua quente, aliàs, fervente. Nos outros primou pela normalidade. O ridiculo foi, num desses locais, ter visto uma senhora aflita a berrar com a preta (perdoem-me os leitores mais afoitos, que nao apreciam que distinga o elemento de raça negra, castanho, africano, diferente, como preferem chamar, como preto. Para as outras "raças" nos nao somos rosa mas brancos por isso para quê especificar?) e olhei para o valor a inserir na maquina para que o torniquete rodasse: nada mais nada menos do que 0.41€! De tao cruel chega a ter piada (acrescente-se humor negro!). E o pior é que a senhora que la trabalhava (a preta que me referi) disse nao ter troco de 5cents, pelo que a senhora, para dar descanço à bexiga e ordenar a sua mija numa sentina ja usada por milhoes de frequentadores, teria de desembolsar 0.45€ nao recebendo chavo de troco.
Como diria o Fernando Pessa: "E esta, hein?!"
Repararao, com certeza, em caso de visita, que as escadas de acesso e rampas às margens do Sena, e algumas escadas do métro apresentam o cheiro acre de milhares de litros de urina humana despejada nos referidos espaços
Proximo Post: Ir ao Louvre no primeiro domingo do mês, ou "Serà que estou em Espanha?!"
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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