terça-feira, dezembro 20, 2005

Friends

No outro dia uma amiga contou-me que estava a ter um caso com um amigo dela. Falou-me que a sua curiosidade era grande e que sempre que tinha oportunidade vasculhava o que podia dele. Tinha medo de ser enganada. Perguntei-lhe se, enquanto amigos, isso acontecia. Resposta negativa; perguntei-lhe se, uma vez que antes eram amigos e agora tendo um caso não deixariam de ser amigos (talvez até com mais intimidade), o que tinha mudado para haver essa mudança de atitude. A resposta foi vaga, apenas que agora tinha medo de ser enganada.
No outro dia uma amiga disse-me que estava meio chateada com uma grande amiga. Porque ela estava vaga, ausente, que sentia a falta dela, que não lhe dava atenção. Que estava a repensar a amizade com ela. Perguntei-lhe se lhe tinha dito o que pensava, ou se pensava dizer. A resposta foi vaga, apenas que sentia a falta dela.
No outro dia uma amiga disse-me que não precisava de ter muitos amigos para ser feliz. Já tinha poucos amigos mas bons; perguntei-lhe se esses poucos seriam suficientes ou se estaria aberta a conhecer mais pessoas e abrir o leque de amizades. A resposta foi vaga: conhecidos tinha muitos mas amigos bastava ter poucos e bem escolhidos.

Amigos são aqueles que ouvem aquilo que não gostam dos amigos, mas que perdoam porque sabem que é verdade, porque amigo ama amigo; é aquele que diz o que não gostamos de ouvir porque sabe que mesmo que seja brusco ou rude, é de coração e porque nos ama. Amigo não engana amigo, nem esconde, nem trapaceia, nem trai. E amigo não desconfia que amigo engane, minta, esconda, trapaceie ou traia. É um código de conduta normal e intrinseco. E consciente.
A amizade não se altera com o tempo, com a intimidade, com o sexo, com a companhia, com o amor. Não tem prazo de validade, dura o tempo de uma vida, de duas, de várias.

Pelo menos essa é a minha opinião.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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