segunda-feira, abril 10, 2006

Matrimónio, casamento, casório

Não consigo entender a ideia das mulheres, em geral, relativamente ao casamento. Todas são contraditórias mas, e por incrivel que pareça, vão encontrar-se todas na mesma vontade. Desde a mais sufragista à mais democrata cristã, a maioria tem um sonho cor de rosa sobre o casamento.
Penso que há toda uma envolvente que, tal como os anuncios de brinquedos para o natal, as faz ficar tão interessadas num contrato onde constam duas assinaturas:
- as compras os brindes o vestido os convidados os padrinhos a igreja o copo de água a preparação a encenação...
Isto foi tudo o que descobri, entre outras coisas que, em certos casos também interessam para a realização do evento (coisas menores como o sentimento, a gravidez, o dinheiro ou bens de uma ou outra parte, o serem do mesmo sexo...).
No entanto acho que há, acima de tudo, uma sensação de desconhecimento. Um pouco como na morte: o que há para lá daquele acontecimento? O que se passa durante? É que conversando com quem passou por essa cerimónia, há um hiato, uma perda de memória generalizada; algo entre a espera, as palavras (sábias ou não, com ou sem pormenores de proxenetismo e lenocinio) do pároco local, as assinaturas dos documentos e a chegada ao copo de água, com estado civil diferente, que ninguém se lembra, percebe, explica, divulga. É um horizonte de acontecimentos de um buraco negro!
No entanto o casamento distingue, de forma bastante evidente, um homem de uma mulher. Para a maioria das mulheres o casamento é o culminar de um sonho, o começo de outro - constituir familia, estar com a pessoa que ama, mostrar a todos os amigos, familiares e desconhecidos como é feliz ao concretizar esse sonho; no caso dos homens, na sua maioria, o casamento não figura nos seus sonhos. Nestes poderemos encontrar variadissimos relacionados com sexo - ménage à trois, sexo com uma mulher (ou mais) de cada continente, com uma loura, morena, ruiva e negra - com futebol - o seu clube ser campeão nacional, europeu ou mundial - com riqueza - ganhar o euromilhões - ou sentimentos - comer a vizinha tesuda (este pode entrar na categoria sexo).
Tendo em conta que vivemos num país ainda bastante devoto à fé cristã e que a igreja católica subjuga a mulher e não a entende como igual em relação ao homem, pode-se daqui concluir que a mulher tem fantasias de ser submissa, ao submeter-se a um homem só porque há, pelo meio, um altar, um bouquet, convidados, vestido de noiva, lua de mel, etc?!
Para mim continua um mistério, até ao dia em que passar pelo momento. E levo gravadores e câmaras de filmar, para divulgar ao mundo em rigoroso exclusivo, a razão de tanto mistério! ( e ficar rico e famoso por isso)

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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