Bóia
Olho para o fundo do mar à medida que a corrente me vai levando para junto da praia. Estou de barriga virada para baixo e costas ao sol. Não porque me esteja a bronzear, estou apenas morto. No meio do oceano, não sei bem aonde, apareço morto e sou levado para a costa, por vagas e ventos, e marés e ondas. O meu corpo apodrece e alimento várias espécies de animais, que se vão servindo dos restos e compondo a sua cadeia alimentar.
Não passo de plancton nesta ultima etapa de vida.
Plancton...
Espuma,
Onda,
areia...
Acordo. Afinal estou vivo.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário