domingo, setembro 10, 2006

Tourada - ou Corrida de Touros, se preferem...

Na quinta feira que passou estava a dar uma Corrida de Touros na televisão. Não é que goste muito do espectáculo mas tenho algumas duvidas sobre todo o ritual e sobre os aficionados. Mas não é sobre isso que escrevo hoje. Em conversa com um amigo, cujo pai gosta bastante de assistir, ele revelou-me que os touros nunca tiveram companhia do sexo oposto antes de subir a arena e que, após a corrida, são tratados das feridas das farpas - não são mortos como pensava, excepto alguns cuja carne é doada para caridade - e, como não podem ser novamente lidados porque já conhecem o espectáculo e estão mais mansos, servirão como cubridores da restante manada, para nascerem touros fortes e saudaveis como o progenitor.
Voltei a olhar para a TV com outros olhos. E de cada vez que entrava um touro novo na arena, cheio de força e vitalidade, a enfrentar o cavaleiro de cabeça erguida e cheio de potência, a levar com farpas no cachaço, a correr atrás das vacas, a tentar encornar e magoar os forcados, mais me lembrava o quanto é parecido com a adolescência!
Afinal no inicio da adolescência também pouco contacto tivemos com o sexo oposto e só aí nos apercebemos o quanto é interessante; estamos possantes e cheios de força e atacamos de frente a tudo; fartamo-nos de levar com farpas e sangrar, e o pessoal por fora a aplaudir o nosso esforço inglório; tentamos marrar em quem nos faz mal mas, ao não atingir o mais forte, damos uma lição no mais fraco... que chama os amigos e nos pega de cornos.
Pelo meio andamos a correr à volta da arena atrás das vacas e todos aplaudem o esforço. E no final da lida curamos as fridas e passamos a cubridores.
Se alguém discorda da teoria está à vontade para comentar. Até agradecia a sensibilização de outras opiniões.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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