In articulo mortis
Entrei no Conselho dos Deuses à minha chegada a um novo plano de existência. Ali seria julgada a minha vida e as minhas acções. Teria o privilégio de ver os 7 deuses na sua essencia, etéreos, misticos, puros. Lá em baixo o meu corpo jaz, inconsciente, sem alma. À espera que a natureza faça o seu papel sanitário.
Curioso como a minha morte coincide com a tua morte; como tive que te matar para poder viver poder morrer. Ainda me lembro de ti, tenho saudades. Mas já estás noutro plano, longe. Povoas os meus sonhos, elementos secretos e visões. Mas estás longe, fora do alcance. Por isso passei para outro plano de existência.
Entro, aguardo. Espero pelos deuses, vejo uma luz.
A luz do sol, que bate nos meus olhos de corpo real e quase me cega. E me acorda. E não me deixa dormir.
Nem passar à próxima fase.
Matar-te de vez...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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