DOMINGO NO MUNDO
Aos sabados e domingos nao ha muito que se faça por estes lados. Haver ha, mas o acordar cedo ja basta à semana, ao fim de semana sabe bem ficar um pouco mais na cama. Por aqui as festas sao caras como o catano, e o bolso do portuga nao aguenta esses preços, se bem que a de sabado nem era cara, na Casa da Alemanha, mas pagar 5€ e ainda ter de pagar consumos a 1 e 2€ (que, vendo bem, até nem sao consumos caros...), fica para outro dia. Nesta sexta à festa na minha residencia, com mais umas quantas, e a essa eu vou, é por isso que estou a guardar o dinheiro! Afinal nao se faz anos todos os dias e digamos que é uma prenda.
Assim aconteceu que, neste domingo primaveril, com temperaturas negativas no começo da manha, e primaveris durante a tarde (mercurio nos 17°), decidi ir passear ao sol. Antes disso aproveitei o sol e tomei um café na cafetaria da Cité U, que me custou 0.90€ e nao era grande coisa, mas para se beber bom café nao se vem a França; estive um pouco la sentado, onde tirei umas fotos ao magnifico espaço relvado em frente à esplanada (que enviarei a quem tem a sorte/azar de me conhecer) e fiquei a ler um pouco, com o sol e os murmurios de gente vizinha, de passeantes com as suas trotinetes e patins.
A seguir apanhei o RER (os franceses nao lêem as siglas como nos, ditam-nas, o que faz com que digam "érre, e (mudo, como eles o dizem), érre"... e atençao que eles pronunciam o érre à panasca e nao à homem rude, do campo! Enfim.) e estava para me deslocar até Port Royal, onde o Pimentao disse que tinha um estudio (suponho que de pintura). Mas ir asim para a rua e perder o maravilhoso sol e nao ver ninguem a nao ser os passeantes de rua?
Decidi ir até Notre Dame, onde os gargulas sao goblins: la ha "turistame", essa massa maravilhosa que nao fala frances, mas que fala na sua maioria em castelhano. Foi o que me fez ter o primeiro pensamento da tarde: ali à minha volta devia haver pelo menos um milhar de castelhanos, ou nativos falantes da lingua de Cervantes... mas quanto Tuga andaria la em turismo? A passear a penantes? Que nao estivesse em lua de mel? Segundo os meus calculos uns 3, 4 a contar comigo. Mas eu sou "habitante", porque vou ter residencia fixa durante uns meses, o que faz de mim um ser proximo do emigrante e longe do turista, mas nem uma coisa nem outra: falta-me o bigode, sotaque do norte e preferencia pelo benfica. Enfim numero 2.
Descobri um mundo novo nas zonas mais turisticas: naqueles viadutos que ligam à Ilha se S. Luis (penso que é assim que se chama) onde se situa Notre Dame, o transito està fechado e so la circulam "piétons" que é como os franceses chamam aos pioes; isso da azo a que artistas e "artistas" façam pela vida com performances ao vivo, sejam palhaços, musicos ou malabaristas.
Desloquei-me sem rumo e fui levado (nao por extra-terrestres, mas havia-os la que eu vi com a minha visao topa extra-terrestres, benfiquistas e pêras) instintivamente pelas margens do Sena, junto aos Bateaux Mouche, ou como lhes chamam: uma treta papa dinheiro ao estupido do turista que paga 7.50€ para la andar uma tarde naquela trampa, à volta daquelas "ilhotas" do Sena, com uma gaja a debitar a historia em varias linguas (frances, ingles e espanhol!), e a pagar um dia inteiro. Bem vi os camones a pagar por um dia quando so la iam andar até às 18:30... ja eram 17 horas... patos!
Curiosamente tambem ha patos no Sena, por entre os barcos e o lixo. Assim constatei que naquela marginal, tambem fechada ao transito até perto das 18 horas, passeiam milhares de pessoas (é verdade, milhares! parecem as formigas nas praias do Algarve em pleno agosto!), maioria delas de patins, em linha ou tradicionais, de bicicleta, ou a pé como eu. Parece ser tao divertido andar ali de patins que da vontade de o fazer, mas tendo em conta o transito pedonal, e a minha inabilidade para travar com patins, penso que é melhor para a segurança publica que nao o faça.
Tentei tirar umas fotos a patinadores, mas como sabem, as maquinas digitais demoram uns segundos a fotografar e conseguiram apanhar o momento em que nao passava nenhum patinador! Mas acho que la ha uma bonitinha, mas nao tenho a certeza.
Foi assim o meu domingo! Resta dizer que fui até a Place de Concorde, junto ao Obelisco Egipcio, proximo do fundo dos Champs Elysées e junto da entrada do Jardin des Tuilieres, que da acesso ao Louvre.
Apreciei ver o cuidado que, aos domingos quando a maioria do comercio esta fechado (sao obrigados por lei a fechar um dia por semana), a cidade fecha ruas ao transito para que as pessoas (turistas, habitantes) tenham a cidade por sua conta e possam aproveitar o sol junto ao rio, passear por jardins, ruas, pontes, sem terem de estar a ouvir buzinas, ou atentas a semaforos (sim, porque aqui ninguem respeita passadeiras!). é um cuidado que devia haver em muitas cidades portuguesas, que dedicam um dia do ano à treta do dia mundial sem carros - pura fachada à portuguesa!
Para a semana vou aproveitar que é o primeiro domingo do mês e vou ao Louvre, que é de borla! Mas nao vou ver o museu todo, mas as zonas que me interessam realmente: é um pouco estupido ir ao Louvre e ter 0.25 segundos para ver cada quadro ou artefacto para se dizer que se viu o Louvre e a Mona Lisa! Alem disso vou ca estar pelo menos mais dois primeiros domingos do mes!
Cumprimentos!
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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