"As revoluções fazem a história"
Amanhecer... um desses dias...
Ouvi isto de um professor de história que marcou muito todos aqueles que tiveram aulas com ele. Parecia austero; a alcunha, que já vinha de escolas e turmas anteriores, era "Hitler", "Fuhrer" e coisas assim. Não porque tinha parecenças com esse personagem hediondo mas porque exigia um respeito militar nas aulas, tinha uma atitude bem formal e rigida para com os seus alunos e não tolerava falta de disciplina. Sempre de fato e gravata, que lhe engolia o pescoço, ele colocou a maioria a ter gosto pela História e conseguiu que toda uma turma considerasse alguém que muitos detestavam: ele próprio, à sua maneira.
A frase do título foi dita por ele uma vez enquanto estudávamos a Revolução Socialista em 1917. Muitos, na altura ainda a formar o pensamento político, acharam aquele sistema e utopia socialista o melhor e mais sensacional sistema politico de massas, perfeito. Como se viu com o decorrer do tempo e pela degeneração do sistema, as coisas não correram como previsto.
Mas não é disso que quero falar, apenas das pequenas revoluções que fazemos todos os dias nas nossas vidas, muitas delas tão mínimas que nem as vemos.
Leio alguns blogs de pessoas que conheço. Na maioria são mais jovens que eu e o que leio é muito daquilo que sinto e senti. Há muito de mórbido e triste e cinzento na cabeça da juventude, comigo e com muitos outros incluidos...
Eu sou assim de natureza, e admito que muitos outros o sejam também, mesmo que sejam pessoas bonitas, brilhantes, inteligentes, bem falantes, curiosas, trabalhadoras... quando leio as suas angústias, revoltas, tristezas, há algo em mim que brilha: porque os conheço nem que seja de vista, porque podem até ter graves problemas, mas isso não é razão para ser tão negro - afinal estamos vivos e podemos desfrutar de tudo o que a vida oferece (sim, oferece! Mesmo aquelas coisas que temos que lutar arduamente nos são oferecidas com bonomia por uma vida que só nós vivemos, e sem viver não lutávamos, e sem viver não tinhamos proveito!).
Os dias fazem-se de pequenas vitórias e são essas que devem ser percebidas no interior de nós, mesmo nos dias mais faustosos e farruscos; essas é que nos darão a alegria para continuar, para ver o sol a amanhecer todos os dias no olhar, nas fotos, no amor, no prazer, na musica, na festa, nos amigos. E nas pequenas vitórias incluem-se a alegria de um amigo, o presente aquela pessoa, aquele olhar desconhecido que nos abala, o sol nascente ou poente, o som do mar, o beijo das estrelas, a brisa fresca na noite quente, ou aquele prato que tanto se adora e que, mesmo com pouco dinheiro, fazemos um esforço e vamos comer. Porquê? Só porque o dia correu mal e merecemos uma alegria, um presente!
Ankh! (Vida, Prosperidade, Saúde - do antigo Egipto)
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