Pretende ser diferente do normal, por isso ser "contra natura". A ideia é desenvolver textos críticos, que possam misturar (ou não) um pouco de humor não amordaçado.
terça-feira, maio 30, 2006
Sérgio Godinho - Quimera Do Ouro
by Sérgio Godinho
Quero
querido
sussurar-te um " quero tudo "
ao teu ouvido
Tudo
contudo
é bem pouco para o muito
em que me desnudo
Eu quero
eu queria a lua
eu quero a tua
boca que eu quero tocar
se estou já nua
Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar
Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar
Quero
carente
quero o zero
da contagem decrescente
Quebra
limites
leva a mão que te apetece
aos apetites
Eu quero
a lua e vénus
quero ao menos
toda a luz
que o sol me traz
quando nos vemos
Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar
Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar
Quero
a corola
duma flor que se a desfolho
me consola
Rosas
hortensias
são viçosas
do teu corpo as aparências
Eu quero pisar luas
quero as tuas
pernas com que a coisas lindas
me habituas
Eu quero a quimera
quem dera
fosse a do ouro do teu olhar
Eu quero a quimera do ouro
brilhando à luz do teu olhar
Estou porque quero. Estou porque fui obrigado. Estou porque não saio. E porque não quero sair. Perdido...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
quinta-feira, maio 25, 2006
terça-feira, maio 23, 2006
Um lábio sabe mais que um sábio diz saber.
Sei lá... A língua lambe mas não sabe o que dizer.
Sei lá... A lábia fala mas não faz acontecer.
Sei lá... E o silêncio fica imenso sem você.
(Gabriel o Pensador - Sei lá)
Pressinto que algo importante vai acontecer. Mas não sei o quê. Apaguei. Tentei apagar o nome e a história e foi tudo o que restou. Não me lembro daquele corpo celeste que ilumina a noite, que me dizem chamar-se lua; não me lembro do astro que irradia calor e luz, que me informam que é o sol. Não conheço o fenómeno que faz ambos apagar, a seu tempo, como amantes que se juntam e se ofuscam, qual a força do mais forte, qual o que mais sabe dar de si ao outro.
E não sei o que vai acontecer.
Sei lá...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
segunda-feira, maio 22, 2006
Tristana & Sara Esteves Cardoso...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
sexta-feira, maio 19, 2006
(Letra e Musica: Giz, Legião Urbana)
Assim o escrevo à beira mar para que a maré o apague.
Assim me sento na areia a observar.
Assim tiro fotos para marcar o momento, para não esquecer. Que o apaguei. Definitivamente.
E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareço, por assim dizer
Quando convém
Aparecer ou quando quero
Quando quero
O rosto, o corpo, o toque e o cheiro, o olhar, as mãos e os lábios e os cabelos... esses não ficam no nome, infelizmente. Os suspiros, os gritos, as vozes, os sonhos. A leveza do teu ser, do teu amor do teu [nosso] prazer... do meu prazer...
Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Quero que saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És, parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto
Só um pouquinho infeliz
O mar levou o teu nome no inicio da maré cheia. Como leva o barco de pesca com uma onda, ou os turistas com um tsunami. E ninguém tem nada a ver com isso. Eu tenho, porque é o teu nome. E as nossas recordações. E o teu beijo.
E o teu abraço. Aquele abraço que só tu sabes dar. Com o beijo quente junto da boca. Como o fazes agora, após teres sido apagada pelo mar...
Mas tudo bem
Tudo bem, tudo bem...
Lá vem, lá vem, lá vem
De novo
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei
Tudo bem, tudo bem...
Eu rabisco o sol que a chuva apagou
Tudo bem, tudo bem...
Acho que estou gostando de alguém
Tudo bem, tudo bem...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
quarta-feira, maio 17, 2006
Frente a frente na esplanada conversam. E entreolham-se por dentro dos óculos escuros, sem o saberem e sem o lerem. Um sorriso, um riso, um brincar aos adultos e aquele toque no braço, na mão, perna com perna. Os olhos. Por trás dos óculos.
Ela encosta-se, ofegante, de costas ao corpo masculino. Ele percorre com as mãos o rosto e desce, pelo pescoço, pelos seios, até ao contorno da camisa. Que desaperta, calmamente, começando por baixo. E segurando a vontade de rasgar aquela roupa perfumada de mulher desejável. Chega ao ultimo botão, desaperta e abre a camisa como uma flor se abre para o sol, beija-a no pescoço, deixa escorregar as mangas pelos braços.
O sol já não arde, os óculos levantam-se. Os olhos, agora nús, tocam-se com frequência, procurando as palavras que mimam e que sentem, o desejo do irrealizável. As palavras soam doces sem juntar açucar. Cresce algo dentro deles sem ser preciso água para regar; os corpos afastam-se nas cadeiras, já sem tocar de pernas porque o coração bate mais; já para se contemplarem por inteiro porque os sentidos batem mais; já para se segurarem e manter uma postura discreta porque os olhos já não o conseguem. E a pele, e os lábios, e as mãos que vão roçar na outra disfarçando o nervoso. Que sobem ao lábio ao queixo ao cabelo...
As roupas vão caindo, por entre caricias e sussurros e beijos. Com calma, percorrendo os corpos com todos os sentidos, esfregando-se, tocando-se, beijando-se. Abraços e massagens e o sentir dos cabelos, da barba rala.
Protegem-se. Continuam, agora sentados. Na cama ele, ela por cima do corpo masculino, com o sol de fim de tarde a dourar-lhe as coxas e costas. Olham-se mais uma vez, aquele olhar que já estava escondido por trás dos óculos e que agora se revelou. E falou.
E encaixam-se, dando largas à imaginação e aos sentidos. Puxando em comum, puxando para cada um, na explosão da procura do prazer.
[termina onde a imaginação achar por bem terminar... foi só o começo...]
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
segunda-feira, maio 15, 2006
Há momentos marcantes na vida de cada um que são merecedores de análise. Não uma que se possa fazer para o comum utilizador da internet mas apenas para nós. E talvez para alguns amigos ou pessoas mais próximas da nossa forma de pensar, agir e amar. Não são passiveis de tornar publicos na primeira pessoa.
Uma das minhas paixões é escrever; não tanto ler o que escrevo que, numa primeira leitura, me parece sempre muito mau. Todavia com a criação deste espaço aberto aos comentários de todos os visitantes, perdi o medo e apresentei tudo aquilo que tenho. Que nem sempre é meu mas que tem muito de meu. Personagens ficticias em que roubo sentimentos e imagens aqui e ali e os interpreto como sendo meus, transmitindo-os como se fossem a minha visão e pensamento do problema.
Se o são ou não, se são lidos como sendo eu o visado ou não, pouco me interessa. Interessa-me apenas que sinta o que escrevo e que me continue a apaixonar e surpreender por tudo o que deixo escrito. Quando isso deixar de acontecer deixarei de escrever e divulgar o que sempre imaginei, senti, pensei e deixei transmitido.
Espero que continuem a ler, que continue a ser premiado com a sua visita, caro leitor. Se possivel agradecia um comentário, porém pode ficar em branco pois a contagem de pessoas na página dá-me uma ideia das visitas.
Acrescento que apenas tive intenção de escrever estas linhas porque tive muito bom feedback do artigo que escrevi para o jornal A Cabra e que aqui publiquei à cerca de uma semana. Surpreendeu-me que tanta gente lesse e que apreciasse. É essa apreciação que me motiva a continuar apaixonado e continuar a escrever.
A todos, bem haja!
Paulo Aroso Campos
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Olho para o livro no meu colo, que deixei a leitura para outro horário mais acordado e mais sóbrio. Nos sentidos aquele perfume, daquele encosto de almas e fisico. Fortuito e inesperado. Travar conhecimento, bem perto, pois o som do silêncio não permitia exagerar no volume da voz.
Os olhos não se largaram desde o primeiro contacto, as palavras sussurradas junto dos ouvidos, os cheiros a trocarem-se a cada debruçar de conversa.
Suave, doce, delicado, reservado. Assim como o sono que a pouco e pouco me assalta, misturado com o calor que começa a despontar do passar das horas do dia.
Acordo com um pequeno sobressalto no autocarro. Parado agora; olho para janela e tenho dificuldade em identificar o local... ainda longe do destino, que me leva para longe de tudo o que é passado e quero que nunca mais se afigure como presente ou futuro... fugir da vida como a conheço, porque sou mais corajoso a fugir, e prefiro continuar como corajoso.
E não como o fraco que fica e não enfrenta os problemas, apenas os adia. Dei a volta. Por cima. Por causa daquele olhar. E daquele perfume. E voz.
Que não me disseram mas fizeram perceber. Que longe estaria a resposta para os meus males e pecados, que só longe e fugindo encontraria o que procuro... num futuro próximo que tratarei de tornar presente.
E feliz. E sem remorsos. Como negro é esse olhar sincero que me continua a falar.
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
quinta-feira, maio 11, 2006
domingo, maio 07, 2006
Moonspell na Queima das Fitas... se for tão bom como na Latada, temos noite!
Até amanhã!
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
quinta-feira, maio 04, 2006
O show tá começando
Anote tudo que puder
Anote tudo que ver
Não se sabe o que sucede
O que pode acontecer
Detalhes fazem a diferença
Detalhes fazem toda diferença
E bobagem, já é tarde, esqueça
(Na Frente do Reto - Rappa)
Pois é, mais um ano, mais uma Queima das Fitas. As capas e batinas sairam dos armários ou da loja e apresentam-se à cidade, à espera de mais uma Serenata Monumental... e da habitual diversão.
Até outro dia!
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
quarta-feira, maio 03, 2006
Ultima Queima das Fitas?
Ouço uma balada da despedida e comovo-me. Penso que no final deste ano poderá ser a minha balada da despedida e o partir para um novo voo, diferente daquele – longo – que tenho feito desde que entrei nos registos da Universidade de Coimbra.
Espalhados pelas ruas, os cartazes a anunciar as noites do parque da Queima das Fitas… “Ah!, a Queima das Fitas!...”, penso eu com ar saudoso de relembrar as histórias e aventuras e amigos nas várias edições por que passei. Houve momentos únicos, como a primeira Serenata Monumental na Sé Velha, o primeiro cortejo como estudante universitário, a ida no carro no cortejo, o ano em que estive em Erasmus em Paris e faltei à festa…
A primeira Queima como estudante foi em Maio de 97. Os moldes em que a festa se fazia não eram muito diferentes dos de agora. As noites do Parque eram mesmo no parque – parque Manuel Braga, na Portagem – sendo que pelos caminhos ladeados de relva e árvores do Parque haviam barracas de bebidas, muitas – bem mais pequenas e separadas – e no local onde agora floresce o Parque Verde era onde se montava o palco para os espectáculos. De noite aquele espaço tornava-se enorme e pelos caminhos ou pela relva cruzavam-se milhares de estudantes por noite, encontrando-se facilmente bastantes pessoas conhecidas; passaram por cá grandes nomes da música internacional como Clawfinger ou Iggy Pop. Pelos relvados havia muito romance – amores e desamores, alguns bem tórridos, outros mais alcoólicos… – e muita cura de bebedeira! Outros aproveitavam a frescura da relva para retemperar forças e dormir, porque a festa é longa e dura e os corpos têm os seus limites.
Agora também há mais uma noite, tornando a festa mais longa, – como se o estudante se importasse! – e que antes não existia, a noite da Faculdade de Ciências de Desporto e Educação Física… que ainda não tem edifício que se possa chamar faculdade…
A ida no carro durante o cortejo é algo de fenomenal: ver de cima os milhares de pessoas que estão ali para nós e por nós, que perdoam os nossos excessos alcoólicos e se embrenham na festa e participam da alegria – e do álcool; Muitos procuram as plaquetes com as caricaturas porque mesmo que sejamos autênticos desconhecidos, aos seus olhos são obras de arte: as caricaturas, os nomes, os artistas que nos desenham e os amigos que contam as nossas histórias. Acima de tudo é também uma recordação valiosa de quem vê e não se quer esquecer.
Ultima Queima das Fitas… quem diria… Mesmo depois de celebrar durante tantos anos fica já no corpo aquele vazio futuro de saudade!
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.ptterça-feira, maio 02, 2006
Acho muito interessante dar uma pequena passagem por aqui e ver, na secção "week of april 11, 2006" a peça de video "Deportation". Aborda a questão da deportação dos portugueses do Canadá de uma forma bastante interessante e humorística.
Parece que uma jornalista da TVI fez uma reportagem sobre este sketch para o Jornal Nacional e, pelo que me falaram, ela não percebeu muito bem a ideia...
(para quem não está tão familiarizado com isto aqui vai o link: http://www.cbc.ca/mercerreport/backissues.php)
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt