Falei de mar, falei de letras e de nomes, de espuma e de água. E como apagar. Como passar uma borracha imaginária pela escrita dos tempos e apagar. Apagar o que não se quer lembrar.
Um lábio sabe mais que um sábio diz saber.
Sei lá... A língua lambe mas não sabe o que dizer.
Sei lá... A lábia fala mas não faz acontecer.
Sei lá... E o silêncio fica imenso sem você.
(Gabriel o Pensador - Sei lá)
Pressinto que algo importante vai acontecer. Mas não sei o quê. Apaguei. Tentei apagar o nome e a história e foi tudo o que restou. Não me lembro daquele corpo celeste que ilumina a noite, que me dizem chamar-se lua; não me lembro do astro que irradia calor e luz, que me informam que é o sol. Não conheço o fenómeno que faz ambos apagar, a seu tempo, como amantes que se juntam e se ofuscam, qual a força do mais forte, qual o que mais sabe dar de si ao outro.
E não sei o que vai acontecer.
Sei lá...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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