segunda-feira, abril 04, 2005

João Paulo II foi-se, Karol seguiu-o de perto...
""À humanidade, que às vezes parece perdida e dominada pelo poder do mal, pelo egoísmo e pelo medo, o Senhor ressuscitado oferece como dono o seu amor, que perdoa, reconcilia e reabre o ânimo à esperança. É o amor que converte os corações e dá a paz"
João Paulo II, numa mensagem póstuma lida pelo arcebispo argentino Leonardo Sandri, 03-04-2005"
A frase, in Publico Online

Reparei que os Papas marcam profundamente as pessoas e as suas idades. E esta ideia surgiu-me enquanto ouvia o douto prof. Marcelo na RTP. Ele falou que se lembrava de 5 papas, sendo que 4 deles marcaram a igreja (o outro só o foi por um mês...). Eu fiz contas: Marcelo deve rondar os 60 anos e conheceu 5 papas; eu tenho 27 e conheci um. Na escala Papal estou na primeira geração e o prof. Marcelo na quinta.
Para muitos isto pode ser maravilhoso porque esbate barreiras que antes havia em relação à idade, porque um adolescente de 13 anos é tão velho em geração Papal quanto eu, o que faz dele bem mais velho, pelo menos em sites de Bate-Papo. O mesmo se passa para aquela mulher dos seus trintas que só conheceu dois ou três papas - é uma jovem ainda!

Outra coisa que pensei durante este fim de semana pós-páscoa é a forma inteligente como a Igreja lidou com esta situação. Apesar de ter muita velhada nos comandos continuam actualizados e conseguiram, com a iminente morte do Papa, arrecadar fiéis e curiosos. Pode-se dizer que não, porque o Papa é uma figura publica e que aconteceria o mesmo se fosse o Bush. Eu concordo porque se fosse o Bush os EUA mediatizariam a situação para tirar proveitos politicos e militares; discordo porque se fosse o Bush os aplausos ao anunciar a morte seriam de satisfação e não de homenagem. Mas voltando ao assunto: todas as televisões do mundo acompanharam as noticias na sala de imprensa do Vaticano, apareceram boatos não confirmados, mensagens do Papa transmitidas a pessoas de confiança... uma novela completa, e a imagem de serenidade de um Papa que lutou pela paz no mundo e quis morrer em paz no seu quarto, sem qualquer ajuda médica.
Perguntas que sobram: se o Papa não manifestasse o desejo de morrer no quarto e fosse para o hospital, seria correcto mantê-lo vivo com respiração artificial? Não será isso contrário às leis de Deus - tal como o uso de contraceptivos? E se estivesse com respiração artificial, mandariam desligá-la condenando-o a uma morte evidente? E como a Santa Sé seria dirigida, com o seu líder enfermo num hospital?

Apesar da minha educação ter como base essa religião, e ter sido baptizado, não me revejo nem um pouco nessa forma de fé. Na minha curiosidade pela antiguidade, nomeadamente pelo Antigo Egipto, vejo que há muita coisa do catolicismo que é semelhante (copiado?!) em muitas coisas à antiga religião Egipcia. Mas afinal os hebreus trabalhavam no Egipto, e foi de lá que se deu o Exodo, é natural... ou não: afinal se os egipcios eram pagãos e a sua religião não era a verdadeira, porquê ir buscar tanta inspiração lá?

Depois da Irmã Lucia e do Papa João Paulo II já não há mais ninguém digno de nota para os lideres do PP irem ao funeral ganhar uns votos para as autarquicas...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

Sem comentários: