terça-feira, abril 12, 2005

Prana
(energia vital do universo que tudo envolve, de acordo com o Hinduismo)

Convento de Sta Clara a Nova, vista do Parque Verde, Coimbra Posted by Hello

Deixei-me ficar para o fim, para os ultimos raios de energia. No horizonte escondes a tua luz, recolhes-te deste local banhado e homenageado por ti, e vais procurar mais quem te adora noutras paragens do espaço.
A Lua, tua eterna companheira, já desponta acima das cabeças dos dementes humanos, espelhando o teu brilho, dizendo que apesar de escondido, apesar de adorado neste momento por muitos milhões, continuas lá. E voltarás. Amanhã.
Vejo o movimento de final de tarde e sinto o arrepio da brisa que cresce, que enruga a superficie do rio, que faz mexer as folhas, as plantas, as ervas.
Poucos são os loucos que me fazem companhia; que se fazem companhia; que se comprazem deste estertor solar e arrepiam com a gélida brisa.
Ando, nas margens do rio enrugado e encolhido pelo vento, enquanto escurece. Os olhos lacrimejam: será do vento, do frio, da luz ténue que a pouco e pouco desaparece? Pouco provável, o frio está pelas costas a martirizar-me o pescoço e a cabeça rapada.
Aguento as lágrimas e caminho. Sinto-me estupido; sinto-me só neste mundo...
Tudo isto porque o Sol se esconde e a Lua aparece...

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