"Amo-te!"...
... leu ela naquele pequeno pedaço de papel que encontrou dentro do seu livro. Palavras que não conhecia por nunca ter amado, tentou lembrar-se de onde conhecia aquela letra difusa e confusa.
Nunca antes tinha recebido um bilhetinho apaixonado, muito menos agora que era já adulta. Mas pensou logo em possiveis remetentes, como aqueles por quem suspirava baixinho sempre que por eles passava, mas que esperava e desesperava ansiosamente por que notassem a sua presença.
Levou o bilhetinho para a cama e explorou-o bem antes de dormir: cheiros, cor da tinta, dactilografia, escrita, nervosismo no acto de escrita...
Nem quis acreditar!
Por isso escreveu no seu diário:
" Querido Diário: hoje foi um dia especial - aquele dia em que me apaixonava pelo desconhecido! Recebi um bilhetinho com palavras de amor... bem, uma palavra na verdade. Tudo aquilo que sempre sonhei e desejei na adolescência! Só resta saber quem é que me ama para o amar também!
Mas... e se não for o principe que quero e espero, se não for aquela pessoa dos meus sonhos... como desfazer o sonho de tão carente e carinhosa pessoa que, de forma anónima e atabalhoada (é certo) me disse que me ama? - mas não me explica ao certo o que é o fenómeno de amar..."
(CONTINUA?!)
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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