Recordações...
(Maison des Arts et Métiers, Cité U, Paris 2004 - Foto: Paulo Aroso Campos)
Por escrever no blog não quer dizer que tenha algo de importante a dizer; nem sempre quando escrevo na primeira pessoa estou a transmitir aquilo que realmente se passa comigo, apenas a transmitir emoções que muitos sentem em situações semelhantes. Claro que todo aquele que escreve deixa muito de si, e das suas experiências, na escrita. Mas não é contextual - um blog para mim não se trata de um diário, onde coloco todos os dias o meu estado de espírito, o que se passou e não passou e expectativas futuras. Muito menos coloco esperanças ou desejos na primeira pessoa.
Gosto de escrever e quem me conhece sabe que o faço por gosto. Com imaginação e com ou sem jeito - o que é irrelevante - mas sempre de forma apaixonada. As críticas e comentários são sempre bem vindos mas os destrutivos à minha paixão limitam e cortam cerce a minha liberdade de escrita.
A minha inspiração pode surgir de multiplas coisas: amigos, namorada, familia, ou daquele sorriso inocente da criança que ia no autocarro e faz uma tropelia. Tudo o que é observável pode servir de inspiração. A diferença grande é que quem sabe como escrevo saberá se me inspirei nesta ou noutra pessoa ou acontecimento; quem tenta adivinhar acaba por errar e não perceber do que se trata, traçando cenários absurdos que não servem a ninguém.
Acho que é notório que o meu estado de espirito não é dos melhores, mas a forma de o demonstrar é usando metáforas e aqui e ali um pouco de ironia e humor negro - é para isso que ambos foram inventados! Quem está à espera de relatos, histórias da vida, choraminguices ou segredos mais recônditos aconselho a que vejam os telejornais da TVI e as novelas que lhe seguem, porque aí é que há faca, alguidar e sangue.
Quanto a mim: bem as cicatrizes deixam sempre marca e, dependendo do tamanho da ferida, demoram mais ou menos a curar. No dia em que perder a vontade de escrever, ou o que me propus quando criei o blog, deixarei um aviso à navegação a encerrar portas (ou a trespassar?).
Curiosidade:
Trabalhar num café permite-nos ouvir conversas espaçadas e que, sem me meter na vida de cada um, dão que pensar. Hoje estavam 3 pessoas, dois rapazes e uma rapariga, a beber finos e suponho que um deles era ex-namorado da rapariga. Quando ele se ausenta ela começa a falar do ausente com o outro rapaz e deixa uma pérola que me permito traduzir. Dizia ela que o seu ex lhe comunicou que gostava muito dela mas que não a amava; a sua conclusão era: se não me ama deixava de namorar comigo! - até aqui tudo bem, até tem lógica! - mas logo a seguir ela continua: eu até nem sei o que é amar porque nunca amei ninguém...
Ora: alguém me sabe explicar esta diferença? (agradecia que deixassem o anonimato para o WC)
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