"La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu'un jour sur deux"
Charles Aznavour - La Bohème
(Torre Eiffel, vista do Centro Georges Pompidou, Paris 2004 - foto Paulo Aroso Campos)
As pedras do passeio estão turvas ao meu olhar, lacrimante. De cabeça baixa não tenho mais o que olhar, nem sequer força para levantar a cabeça e enfrentar o sol quente que me queima a pele.
Choro como um bébé, mas à homem. Como se isso fosse possivel. Choro à homem porque choro com sentimento, por sentimento - aquilo que perdi, que penso que perco, que acho que vou perder.
Levanto-me da beira do passeio e fujo dos olhares das pessoas que por mim passam na rua. Na garganta aquele apertar do nó da corda do enforcado. No peito a bomba bate com demasiados danos colaterais, manifestando-se a cada pedido com um urro lancinante de dor.
Desmaio mentalmente e fujo dos olhares; imagino como vai ser a minha vida, a viver à base da água das lágrimas e do sal das lágrimas, para não morrer e não desidratar.
Até o sal se acabar.
Como tudo na vida...
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