Uma maior solidão
Lentamente se aproxima
Do meu triste coração.
Enevoa-se-me o ser
Como um olhar a cegar,
A cegar, a escurecer.
Jazo-me sem nexo, ou fim...
Tanto nada quis de nada,
Que hoje nada o quer de mim.
Fernando Pessoa, 23-10-1931
Paris, 6:55
Acordo. A informaçao de transito informa que ha 215 km de filas de transito à volta da capital, por 10 km nao se bate o "record". Acordo.
Começam as noticias quando me levanto e me preparo para tomar banho. Està sol... até quando? Nao ha um dia que nao chova, nao ha um dia que nao haja sol. Fazes-me falta, sinto-te ao meu lado, o teu calor e respiraçao, mas nao te vejo.
Solidao. Nao se ve, nao se toca, mas sente-se.
Respiro fundo, sinto o ar a entrar, a passear por bronquios e a sair. Vejo-o em liberdade perante os meus olhos, a diluir-se na restante atmosfera matinal do quarto.
Esta sol, esta quente, dia bonito. Ouvem-se os passaros no parque, ouvem-se crianças a brincar, vêm-se as pessoas a sorrir... afinal o mundo nao acabou hoje!
Felizmente!
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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