quarta-feira, julho 27, 2005


"And we have a liftoff..."
(foto www.publico.pt)
E assim voltamos a estar em contacto directo com "deus".

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Lembrei-me de ti...

... às primeiras gotas que caíram do céu e embateram violentamente sobre o vidro do carro, pressionadas sobre a gravidade, sobre o movimento, sobre o mundo.
O calor de verão abranda ligeiramente com a humidade que, através do seu algodão cinzento, escurece o céu e oculta silenciosa e invejosamente a bela lua, que ilumina, que transparece.
Alumias o céu azul da manhã que agora se mantém negro da noite, azul acinzentado em tons negros, que o rasgo de nuvéns - tua intervenção divina - débilmente despoleta.
Debaixo desse edredon cinzento observo os rasgos e sinto as gotas refrescantes que me beijam a pele. Que me beijam a alma, e o rosto, e o corpo, e a sede.
Sedento...
... lembrei-me de ti.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Registo etnográfico sobre a chuva:

Chuva!
(em pleno verão...)

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, julho 26, 2005

Universidades Portuguesas

É impressão minha ou Portugal, país pequeno na cauda da Europa, com:
  • problemas e rankings conhecidos e vergonhosos a Matemática, Física e Português;
  • excesso de funcionários a cargo do Estado;
  • excesso de licenciados no desemprego;
  • com estágios, obrigatórios para terminar o curso, não remunerados;
  • com valores de propinas mais altos da Europa;
  • com as piores condições fisicas de ensino superior...

e muitas mais razões...

tem cada vez mais instituições de ensino superior, e estas abrem cada vez mais cursos? (ver artigo de opinião no jornal Público de sexta feira, 22 de julho)

Apesar da aplicação de Bolonha, que teve um largo periodo de discussão, mas que nada foi aproveitado ou decidido (aka "falam falam falam"), fugimos do sistema de graus europeu e cada vez mais os novos cursos criados são de banda estreita (pequeníssimas especialidades) em vez de banda larga (mais generalistas).
Exemplo: a ESEC - Escola Superior de Educação de Coimbra - pertencente ao Instituto Politécnico de Coimbra, tem grandes cartazes a informar a abertura de 3 novos cursos. O espaço físico real da escola já foi diversas vezes contestado pelos alunos por não ter condições para tantos alunos (já em largo excesso da capacidade), e por não ter condições de funcionamento (principalmente no inverno). Segundo se diz já há projecto de uma nova escola (lembro-me de isto se falar à 3 anos...), mas os alunos bem que pagaram as suas propinas (cerca de 700 euros, se não me falha a memória)!
"E esta, hein?!" - Frase imortalizada de Fernando Pessa

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Presidenciais: sobre o(s) - possiveis - adversário(s) de Cavaco

Primeiro era Guterres que, já habituado, pulou fora - tal como Durão, para o estrangeiro;
Depois era Vitorino, que foi o responsável pelo programa de Governo do PS e que, afinal, não tem gosto pela vida de governante público (parece que se a capital fosse fora de Portugal não haveria problema...). Assim pôs-se de parte;
Depois Manuel Alegre, cujo lirismo e poesia e vontade e combatividade fazem dele o eterno candidato a tudo e a nada - nome para trazer debate, falar falar falar, e perder;
Freitas do Amaral bem que tenta que alguém pegue nele... pelos vistos já se fartou do Governo e do Ministério dos Negócios Estrangeiros (estando por dentro deve ter visto a reacção ao artigo do Campos e Cunha e lembrou-se da entrevista a desancar);
Mário Soares é o eterno presidente (ou Rei, como se chamou durante a sua "dinastia"). Falha porque regredimos 20 anos, porque ele tem mais de 80 anos, porque já foi presidente por dois mandatos, porque é apenas possivel candidato porque o PS não quer perder, porque o partido do Governo tem medo de enfrentar um presidente que não assinará tudo só porque há estabilidade... tal como Soares fez com Cavaco numa situação semelhante.
Acima de tudo esta situação parece-me absurda e aberrante: numa altura em que se fala da limitação de mandatos, de reformas só a partir dos 65 anos, querem levar às urnas um ex-presidente durante 10 anos, já reformado, com mais de 65 anos e com uma fundação que durante anos (de governo Guterres) foi priveligiada com o esfurancar do défice.

Só falta o PPM apresentar o seu candidato: D. Duarte Pio!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Presidenciais: sobre Cavaco Silva

Desde a reeleição de Jorge Sampaio que se fala nele; no ultimo ano, e depois daquele governo palhaço de Santana Lopes, os seus artigos no jornal Expresso, têm-no colocado numa posição muito mais independente do seu partido (PSD) e muito mais presidenciável.
Porém com o fim do circo e o ressurgimento político do PS, agora com uma missão espinhosa de reverter o défice e dar valor à economia portuguesa (que os seus anos de governação, milhentos jobs e boys e institutos ajudaram à rambóia), Cavaco Silva já é visto por uma grande parte da sociedade como uma ameaça.
Primeiro porque é um economista brilhante e viu-se no recente caso do Campos e Cunha que quem é bom na sua área mas mau em política deve ser desancado e afastado da governação activa. Segundo porque há quadrantes políticos em Portugal que continuam com o provincianismo exacerbado do estado novo (e do futebol): mais vale ganhar, mesmo que mal, do que perder.
Quero-me rir é se o Cavaco não se candidata a presidente, quem é que aparecerá!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quarta-feira, julho 20, 2005

Afinal houve arrastão... mas na Figueira da Foz!

Fontes anónimas revelam que viram milhares de pessoas chegar de comboio e invadir as praias da Figueira da Foz no dia 8 de maio de 2005. "Vestidos maioritáriamente de negro", "altamente embriagados" e " com ar de esgazeados, assim como se já não dormissem bem à alguns dias" foram algumas das descrições colhidas.
Muitos figueirenses revelam que estes meliantes ainda invadiram a praça de touros e maltrataram animais, principalmente com o bafo - "um terrível odor a cachorro, cerveja, destilaria podre e farturas da Tânia". Felizmente a população não entrou em pânico e nenhuma noticia aberrante surgiu, mas muitos pensaram "pôssa, olha se isto acontecesse no verão?! Ainda teriamos aqui a Diana Andringa! Alá me livre!... ou melhor, Deus me livre!"

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Franchising terrorista - consequência da globalização?

"Os atentados de Londres, que fizeram 56 mortos, foram reivindicados pelas Brigadas Abu Hafs al-Masri - Divisão da Europa, dois dias depois de uma primeira reivindicação em nome de um grupo auto-intitulado Organização Al-Qaeda/Jihad na Europa."
in Público.pt


Reparando bem nas palavras em negrito (que nome tão panasca para Bold), dá que pensar: então agora já há escritórios? Delegações comerciais? Para quando uma edição do Corão em Braille?
Pelo sim pelo não acho que vou à próxima feira do franchising da FIL - este mercado é um estrondo!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
In Público.pt:
"Al-Qaeda: Europa tem um mês para retirar tropas do Iraque"
"Esta é a última mensagem que lançamos aos Estados europeus. Vamos dar um prazo de um mês para que façam sair os vossos soldados da terra da Mesopotâmia [Iraque]", lê-se no comunicado assinado pelas Brigadas Abu Hafs al-Masri, datado de 16 de Julho de 2005."


A europa deveria responder, e em uníssono:

"Vão-se foder!!!"

(Sugiro inclusivé que seja criado um site, género www.vaosefoder.com, em que cada chefe de estado europeu mostra o cú e faz um pirete, queimando todos, no final das reuniões do parlamento europeu, uma éfigie do Bin Laden e uma chamuça)

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

terça-feira, julho 19, 2005

Reacções

No outro dia tinha um comentário a um post do meu blog que me deixou furioso enquanto o lia. Era uma opinião ao que tinha escrito atacando a minha maneira de pensar, a minha opinião, e sugerindo que, em vez de estar sentado a avaliar os outros, tirasse o rabinho da cadeira e tentasse fazer alguma coisa para alterar a situação. Depois de pensar um pouco e de reler o comentário mais vezes, decidi responder com alguma elevação e sentido táctico - afinal quero que as pessoas comentem o que escrevo e se à primeira opinião diferente começasse a "espancar" o comentador, acabaria por perder a razão.
O que me leva a escrever é mesmo sobre a reacção pouco habitual que tive, e que costumo ter: uma vez experimentei o duro caminho da poesia. Ao ter uma critica devastadora da pessoa a quem apresentei os meus versos nunca mais consegui escrever poesia continuada, desistindo de cada vez que tento; quando escrevi um pequeno romance, muito simples e ingénuo, escondi-o bem escondido, longe de olhares e críticas e durante anos não o mostrei a ninguém com medo das críticas e do conteudo intimo e emocional lá escrito; quando recebi esse comentário tive vontade de não mais fazer reflexões acerca do quotidiano sócio-politico-económico.
Não se trata de fraqueza da minha parte, antes uma ansia de controlar reacções, controlar comportamentos, e tentar ser o mais equilibrado possivel. Nem sempre se consegue e por vezes o melhor é deixar as coisas andarem. E se há vontade de responder logo, num impulso, faça-se! Depois havemos de encarar o que daí vier.
Nem estava para escrever hoje (que já é amanhã e não ontem), porém li algo que me deixou com uma reacção estranha e estive durante duas horas a tentar decifrar esse estado de semi-parvoíce. Mais valia ter optado pela embriaguez, não fosse um exame próximo. Convém dizer que não cheguei bem a decifrar, antes estive a ouvir umas músicas que já não ouvia à muito tempo, e a ler posts antigos do meu blog (de novembro 2003, a fundação!, a março 2004). Que fazer: narcisismos de ultima hora!

Green day - Good Riddance (time of your life)
"Another turning point;
a fork stuck in the road.

Time grabs you by the wrist;
directs you where to go.

So make the best of this test
and don't ask why.

It's not a question
but a lesson learned in time.

It's something unpredictable
but in the end is right.
I hope you had the time of your life."


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

sábado, julho 16, 2005

Razões possíveis para não haver atentados em Portugal:

Os portugueses não ridicularizam os imigrantes muçulmanos mais que a eles próprios;
Os portugueses têm uma ameaça muito pior que atentados: Alberto João Jardim;
Os portugueses têm impostos a mais e rendimentos a menos;
Ninguém tem paciencia no mundo para aturar as nossas choradeiras;
Porque temos a Nossa Senhora de Fátima (dica do dr. Paulo Portas);
Porque não temos petróleo;
Porque a gasolina e derivados aumenta mais que duas vezes por mês;
Porque seria impossível coordenar os rebentamentos com um atraso mínimo de 3 horas;
Porque os suicidas não podem comprar o passe dos transportes;
Porque não há câmaras de vigilância, logo não se poderia provar que teria sido a Al-Qaeda (poderia ter sido a Frente de Libertação de Cabinda...);
Porque o sindicato dos suicidas acha esta situação escandalosa;
Porque os suicidas fizeram greve contra a reforma só após os 65 anos;
Porque qualquer excursão da Cova da Moura tem mais tempo de antena do que as páginas do Corão;
Porque o Mário Soares adormece e nem uma bomba o acordaria;
Por causa dos óculos do Almeida Santos (mesmo modelo do Maomé);
Porque o unico metro passivel de atentados seria o de Lisboa, já que não há mais nenhum que seja digno de nota;
Porque implodimos 6 estádios e construimos 10 em menos de 4 anos;
Porque mesmo sem dinheiro, continua a haver futebol e dinheiro para transferências;
Porque Portugal é praticamente espanhol, o que remete as bombas para Madrid;
Porque desde o D. Afonso Henriques eles não se atrevem;
Porque, ao ficarem com o D. Sebastião, perderam todo o império; (e essa profecia não vem nas páginas sagradas!);
Porque o Marquês de Pombal também odiava judeus;
Porque pensam que em Portugal as mulheres ainda são donas de casa e que têm bigode (afinal 6 milhões são benfiquistas);

E principalmente:
Porque temos vários corpos de forcados - inclusivé amadores! (explicação: eles enfrentam o touro pelos cornos... isso ao lado de explodir-se num recanto escuro de qualquer transporte público é, no mínimo, coisa de panasca!)

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Cabo Verde

No outro dia no café, enquanto conversava (ou melhor, ouvia o seu debitar de informação) com um cliente sobre a situação económica de Portugal na Europa, a saída de Macau e a descolonização atabalhoante que promovemos, ele deixou esta frase:
" Cabo Verde é o país lusófono africano mais próximo do pensamento e politica europeia."
Tive vontade de responder:
" Portugal é o país lusófono mais próximo do pensamento e politica africana..."

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

sexta-feira, julho 15, 2005

Paris, la cité de l'amour

Torre Eiffel vista das fontes do Trocadéro (foto: Paulo Aroso Campos) Posted by Picasa

Há muito a ideia difundida nas mentes dos casais que Paris é, de facto, a cidade do amor, do romantismo, da luz.
É mentira!
Paris tem uma identidade própria que rivaliza com tudo e com todos. É unica, monogâmica e indissociavel. O mais sádico e menos romântico homem do mundo apaixona-se pela cidade e torna-se masoquista e gatinho de colo, e a mas insensível e lésbica mulher torna-se num gay sentimental, desbaratando amor a rodos.
E porquê estes sentimentos? Porque Paris é unica e é de uma pessoa só. Não vale a pena passar luas de mel, ir visitar com a mulher, namorada, amante, amada porque Paris consegue o feito inevitável: rouba o amor alheio.
Basta uma evocação: noite em Paris. De hora a hora a torre Eiffel ilumina-se, de alto a baixo, qual noiva de branco imaculado vestida, e brilha para toda a cidade e arredores, transmitindo aquele foco de luz inolvidável e atemporal por todos os recantos visiveis de 12 milhões de almas. Quem, no seu perfeito juízo, deixa de vislumbrar aquela beleza para dizer ao seu par: não amor, tu és o que de mais bonito e belo e romântico há no mundo.
É dificil perder espaço para uma cidade, mas é isso que acontece. Desde os magnificos jardins, que rivalizam em beleza e esplendor com a pessoa amada; aos monumentos e museus que, de tão antigos e apaixonantes deixam a anos-luz qualquer companhia, com todas aquelas vozes e sabedoria e amor pelo conhecimento; aos passeios longos e bonitos pela Île St. Louis através do Senna, ou pelas largas e apeteciveis Boulevards, cheias de lojas da moda a preços para todos os gostos...
Paris é uma cidade unica e desaconselhável para qualquer Lua de Mel: fará de tudo, invejosa, para roubar o conjuge. Seja pelo seu magnetismo, pela beleza, pelo romantismo, pela delicadeza, pela doçura... pelo cansaço! Mas não desistirá enquanto não deixar aquela marca indelével, que diz: "a ti voltarei, mais cedo ou mais tarde, para reviver esse amor!"

E mesmo assim o amor está lá, em cada um que vive esse magnetismo.
Individual ou em conjunto.
Amor.
Ingleses fleumáticos

Os ataques em Madrid mostraram a ira latina em busca do choque: imagens da explosão, corpos, cadáveres, sangue, vitimas, choro, descomposição e medo humano. É normal nos latinos, diremos todos nós. Mas será normal? Não terá sido uma jogada do terrorismo o atentado ser em Madrid e não ser em Londres na mesma altura? Ou nos EUA?
Eu acho que sim. É claro que é só uma opinião porque mundialmente não sou mais que um em seis biliões de pessoas, mas após os atentados em Londres permito-me concluir isso.
Os ingleses, e londrinos em especial, foram inexcediveis: as imagens são tudo e a Al-Qaeda, ou quem quer que seja, aposta nisso. No 11 de Setembro as televisões testemunharam, os video amadores testemunharam; a 11 de março as televisões estavam lá em todo o seu esplendor logo após, de helicoptero, avião, a pé, a falar com as pessoas. Isso causa medo, causa terror, passa mensagem. Em Londres não: as unidades anti-terrorismo agiram logo e o máximo que se pode ter de choque é através de utentes que publicaram as imagens em fotologs. A versão oficial, e a forma das televisões inglesas agirem rege-se por um código de conduta que é seguido na perfeição: sem imagens de sangue, de pânico e de dor. Além disso os britânicos estão habituados a bombardeamentos constantes na 2ª guerra mundial e a ataques terroristas do IRA. Por muito que a população esteja assustada e cheia de medo, a resposta corajosa que deu ao mundo, e principalmente aos que provocaram os atentados, foi simples e curta: nós somos pacíficos e vencemos o terror!

Em Portugal procura-se o medo, e não há o minimo crime (como a enfermeira de idosos carrasca que fez sangue numa unha encravada naquele lar , ao cortar as unhas com mais de 30 anos) que não mostre a população indignada e um membro político a fazer a cama aos governantes e à classe social, auto-caricaturando-se. Pergunto-me: quando será o jornal O Crime campeão de vendas? Será que precisa ou já tem dignos sucessores?

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quarta-feira, julho 13, 2005

Hilariante, ponto segundo

Omar Bakri Mohamed é um suposto lider teórico da Al-Qaeda que vive legalmente em Londres. Entrevistado para o jornal Público em abril do ano passado, na edição de sexta feira repetiram a entrevista do ano passado. Li com atenção e encontrei trechos que fariam as maravilhas de qualquer humorista. Como reflexão deixo a pergunta: será que eles acreditam piamente nisto? (a avaliar pelas barbas penso que sim...)
Aqui vão as transcrições:
  • "Uma verdadeira célula da Al-Qaeda nunca atacaria um objectivo dentro do país onde os seus membros vivem legalmente. É verdade que Maomé disse 'Eu sou o profeta do massacre', e 'Eu sou o profeta que ri quando mata o seu inimigo', e ainda que não se deve fazer nenhuma distinção entre militares e civis, entre culpados e inocentes. 'Só há dois tipos de pessoas, os fiéis e os infiéis', e que estes ultimos, se não aceitarem a conversão, devem ser massacrados. Mas nunca onde um muçulmano tem a sua vida. Para habitar entre os infiéis, os muçulmanos devem estabelecer entre eles um pacto de segurança. É o que acontece implicitamente quando imigram para países ocidentais de forma legal. Matar inocentes e civis não muçulmanos é portanto permitido, desde que o façam no estrangeiro. Em países onde esse pacto não está em vigor, qualquer violação de lei é permitida, porque 'um muçulmano não está obrigado a obedecer a nenhuma lei feita pelo homem'."
  • "... praticamente todos os potenciais terroristas de Londres foram seus alunos. Foi ele que lhes explicou o sentido e a premência dos ataques bombistas, que lhes incutiu a admiração por Bin Laden e o seu feito grandioso. Vários discipulos seus saíram da sala de aula e foram directos à Palestina para se fazerem explodir 'Fiquei muito zangado. Não me avisaram." (esta é seguramente a frase mais hilariante que eu li!!!)
  • "Por agora o objectivo da organização não é conquistar o mundo. 'O seu projecto é derrubar governos corruptos dos países muçulmanos, substitui-los por governos islâmicos e reconstituir o califado. Nessa altura como Estado poderão negociar com os Estados Unidos de igual para igual. Primeiro tentarão um pacto de segurança com eles. Se não for possivel, declararão a guerra.'"
  • " 'O texto divino é claro quanto à necessidade de provocar o máximo dano possivel. O operacional tem portanto de certificar-se de que mata o maior numero de pessoas que pode matar. Se não o fizer, espera-o o fogo do inferno.' " (principalmente aos suicidas, digo eu!)
Eu tenho como norma respeitar as opiniões diferentes das minhas. Neste caso respeito a opinião deste senhor com nome de espirro, só que de uma forma diferente: em forma de gargalhada! Afinal o humor é uma forma de respeito.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
Coincidência hilariante - humor negro

Durante a leitura do jornal Público de sexta feira, dia seguinte aos ataques terroristas de Londres, reparei numa pequena caixa no fundo de uma página que referia que o Presidente da Republica Jorge Sampaio não se encontrava em Portugal na altura dos atentados por estar em visita oficial ao Chile, retribuindo a visita do presidente chileno a Portugal... na data dos atentados de Madrid!
Estou a imaginar os terroristas em azáfama tentando conjugar as agendas dos presidentes da republica do Chile e de Portugal com os atentados a realizar...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

domingo, julho 10, 2005

E que tal, para descontraír?

Imagem de Satélite de Paris (fonte: Google Maps) Posted by Picasa

Para quem conhece deve conseguir perceber que se trata da torre Eiffel no centro da imagem, com o Trocadéro do outro lado da margem; acima, aquela "rotunda" é onde se situa o Arco do Triunfo, com as demais saídas.
Este site está fabuloso, tem imagens de satélite fenomenais e, em muitos casos, com uma precisão extraordinária! É só colocar o nome da cidade e do país em questão, tal como o fiz na imagem que está acima. Apreciem!
Voltarei amanhã com mais posts.

sexta-feira, julho 08, 2005

Atentados (sim, mais uma vez)

Este blog tem pouco mais de um ano e já é a segunda vez que me pronuncio sobre um atentado terrorista após ele ocorrer. É triste e absurdo. É absurdo e triste.

O ano passado vivi intensamente a ameaça de atentados após o 11 de Março. Estava em Paris e nestas alturas qualquer capital europeia é cidade alvo. Assim o metro, os comboios, as ruas e aeroportos, os espaços publicos (escolas, museus, locais de espectáculos, camara municipal, centros comerciais) adoptaram planos de vigilância com código vermelho. A vida corria normalmente e acho que poucas pessoas pensaram realmente no perigo porque, simplesmente, a vida continua.

Os atentados hoje em Londres fizeram-me reviver esses dias. Depois de ficar estupido pela noticia, senti uma desilusão profunda pelo animal humano. Penso no porquê de alguém se propor a matar pessoas inocentes só porque não os vêem como inocentes mas culpados dos massacres que estão a ocorrer no Iraque e Afeganistão. Só porque os inocentes culpados europeus (e americanos) decidem quem os vai governar através de eleições livres e justas.
Penso naquelas almas que viajaram para Edimburgo protestar contra a globalização, envolverem-se em confrontos com a Polícia, provocar disturbios, só porque 8 lideres eleitos democráticamente pelos seus povos, lideres dos países mais industrializados do mundo, se juntam em reuniões para debater os problemas que afectam o mundo em que vivemos. Não concordo que isso aconteça porque o mundo engloba mais que apenas 8 países, mas não posso concordar que, quem se oponha a essa globalização se junte em rebanho e proteste e provoque desacatos só porque são contra. Acabam por, numa escala de violência muito menor, agir de uma forma violenta para mostrar o seu ponto de vista (não quero comparar).
Portugal e Espanha fizeram isto aquando dos tratados pelos descobrimentos: globalização. O Vaticano fez isso durante toda a idade média, congregando junto de si os reinos católicos e evangelizando o mundo não católico - por vezes recorrendo a guerras. Só durante a guerra fria não havia este consenso globalizador: havia duas globalizações distintas, a NATO com o modelo ocidental, e o Pacto de Varsóvia com o modelo Soviético.
Acho tudo isto tão estupido que acho que, por muito que me esforce, não consigo fazer sentido.
O cómico da situação é que quem reivindicou os atentados voltou a usar uma fórmula já usada aquando dos atentados de Madrid: é a paga pelas atrocidades cometidas no Iraque e Afeganistão, é um ultimato para que as tropas dinamarquesas e romenas abandonem esses massacres, e fazem uma reivindicação muito antiga em que a Andaluzia ou parte da Peninsula Ibérica são parte da grande nação islâmica e que deve voltar ao seu domínio...
"É pra rir ou pra chorar"
(Gabriel O Pensador)

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

quarta-feira, julho 06, 2005

Nem tudo está mal... ou será que está?

No Expresso da semana que passou, no caderno de Economia, o editorial de Nicolau Santos escapa-se de exaltar a mediocridade e os problemas já conhecidos do país e fala de empresas portuguesas que têm sucesso e ganham prémios no estrangeiro. Nas novas tecnologias estamos na vanguarda e temos pessoas empreendedoras que arriscam e investem.
Porém o Governo decidiu-se a apresentar um programa de investimentos que deixa um pouco a desejar. Nesse mesmo caderno do Expresso há um artigo com comentários a esses investimentos mais que esperados - porque verdade seja dita foram reciclados de outros governos, com os quais este mesmo partido do Governo não concordava... e nem sequer se sabe se a reciclagem feita incluiu estudos de viabilidade, ou menos gastos no investimento, ou melhor aplicabilidade dos fundos publicos.
De todos acho necessário falar de dois:
- Aeroporto na Ota para substituir/desocupar o Aeroporto de Lisboa: Lisboa deve ser das poucas capitais da Europa que tem um aeroporto dentro da cidade; fala-se no Expresso que se pode aumentar ligeiramente a ocupação e utilização do mesmo mas que está praticamente esgotado. A solução Ota já foi criticada por muita gente digna de crédito e até já se propôs a utilização de Alverca como apoio à Portela. Este teria inumeras vantagens porque é a 10 minutos de Lisboa, porque permitiria a sua utilização por companhias low-cost, porque os custos de exploração seriam baixos, porque tem instalações excelentes para essa evolução, porque tem autoestrada e gare ferroviária lá. A deslocalização das OGMA seria o menor dos entraves visto que há a base de Sintra que está praticamente desactivada, a base do Montijo que é operacional mas está muito abaixo da capacidade, a base de Beja que... bem é no Alentejo e tem o espaço que foi desocupado pelos alemães nos anos 90. Por outro lado: Ota? Um aeroporto internacional a 45 minutos da Capital? Não vai aumentar os custos de transporte, de criação de acessibilidades, etc? Em Paris há dois aeroportos: o principal, Charles de Gaulle, que serve as grandes companhias e é próximo da cidade e servido por autoestradas e pelo RER (um comboio suburbano mas em bom), e Orly, que fica mais longe do centro, é operado maioritariamente por low-cost e tem também autoestrada e ligação RER+Orlyval (comboio/metro exclusivo que termina dentro do Aeroporto). No máximo, de transportes, demora-se 20 minutos a chegar lá em hora de ponta... porque haveremos de escolher sempre a opção mais cara e menos óbvia?!
- O TGV: no artigo apresentado no Expresso fala-se que, na melhor das hipóteses e com uma linha excelente, se faria Lisboa-Madrid em 3h30, mais 2h do que de avião. Os custos seriam de mais de 150€ por viagem de ida, o que seria mais caro em quase 100€ do que ir por uma low-cost. Já é um óptimo argumento. Mas será bom ver outros pontos de vista. O serviço Alfa até que nem é mau, mas o Alfa ainda nem sequer usa 30% da capacidade de velocidade que pode atingir, isto porque a maioria das linhas que utiliza são ultrapassadas; há serviços ferroviários de péssima qualidade e que têm mais uso e menos investimento (suburbanos para a Figueira da Foz, que demoram 1h30 a fazer viagem de ida para cumprir 40km, ou a automotora para a Lousã, que é dos anos 60 - ok, foi remodelada...); Fazer Coimbra - Faro de comboio, pelo comboio azul, demora 8 a 10 horas de viagem, dependendo do movimento, isto porque no Alentejo a linha é unica!
Podemos fazer mais e melhor do que isto! Pelo menos ser mais exigentes e não como tem sido feito: reclamar mudanças desde que não seja connosco - sempre com os outros! Porque afinal os outros é que estão sempre a fazer mal ao país!
Só mais um exemplo de demagogia tão utilizada em política: o outro governo (se assim se pode chamar...) disse que ia terminar com as SCUT. Grande parte do país aplaude porque, afinal, é absurdo toda a gente pagar por uma estrada que não usa e que não é usada assim por tanta gente. Este governo diz que terminar com as SCUT é colocar em abandono o interior, o que faz a outra metade aplaudir porque se deve ajudar quem precisa... só não explicam é que as SCUT foram criadas com o objectivo de NUNCA serem pagas, destruindo para isso os acessos que haviam e tornando-as as unicas alternativas de comunicação. Ao contrário das Autoestradas que têm saídas de 30 em 30 km, mais ou menos, as SCUT têm saídas de 2 em 2 km, o que tornaria bastante oneroso a colocação de portagens de 2 em 2 km (sem falar que teriam de ser criadas estradas alternativas que foram usadas e destruidas para a construção destas "Autoestradas à borla"...
Enfim...

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

sábado, julho 02, 2005

Mudar, mudanças, mudaremos

Almograve, Parque natural da Costa Vicentina e Sudoeste Alentejano - foto: Paulo Aroso Campos Posted by Picasa

Bate com força o mar na rocha que aguenta, impenetrável e habituada. É um carinho para tão forte elemento da natureza que outro, mais volátil, menos denso, o chicoteie com delicadeza e escorra por si abaixo, deixando-se engolir novamente por si próprio, até à nova vaga. Até revolver e recomeçar o vergastar carinhoso, o som ensurdecedor da onda poderosa e ressurgente de energia, vingativa contra a parede que a impede de continuar.
A onda é o meu movimento e a parede é o obstáculo que sempre surge. Passando este há mais um. E mais um. E mais um. Cada vez mais dificil mesmo que sejam sempre iguais. Como naquela corrida de resistência em que as barreiras são sempre iguais, mas que o cansaço se vai acumulando. Até à rotura.
Quase até à rotura, quase até à ruptura.
Mudei. Num dia. Mudámos. Num dia. Mudaremos. Num dia. Assim se passa, assim se passou. É daquelas coisas que se explicam - inexplicaveis - e que nunca permanecem misteriosas. Basta o humor. E o sorriso. E o sol. E o calor, e o amor e a dor e a perspectiva de se perder sem nada ganhar e a batalha duradoura e doente e presente e dolorosa... dor. Já passou.
Voltará, mascarada, como sempre o fez, seja em motivo diferente, em cara igual, nesta ou noutra vida.
Do negro se faz luz, do nada se faz tudo, da singularidade nada se explica cientificamente. Mas a ciência ainda é pobre para explicar o que se sente a cada momento, a cada singularidade. Felizmente! Porque cada vez que uma emoção é explicada e explanada à luz da ciência, mais nos tornamos autómatos neste dia a dia rotineiro, em que as unicas coisas fora do comum do dia nos dão aquela alegria da primeira vez. Mas que queremos repetir uma e outra e outra e mais outra vez... até ser esta a repetição.
Azul.
Purity test?!
(I don't really know what that means...)
O meu resultado é:
Here is the result of your Bryan's Purity Test Purity Test.
You answered "yes" to 77 of 175 questions, making you 56.0% socially pure (44.0% socially corrupt); that is, you are 56.0% pure in the social domain.
Façam-no também:
http://www.geocities.com/bourbonstreet/bayou/8433/testedepureza

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt