quarta-feira, julho 27, 2005

Lembrei-me de ti...

... às primeiras gotas que caíram do céu e embateram violentamente sobre o vidro do carro, pressionadas sobre a gravidade, sobre o movimento, sobre o mundo.
O calor de verão abranda ligeiramente com a humidade que, através do seu algodão cinzento, escurece o céu e oculta silenciosa e invejosamente a bela lua, que ilumina, que transparece.
Alumias o céu azul da manhã que agora se mantém negro da noite, azul acinzentado em tons negros, que o rasgo de nuvéns - tua intervenção divina - débilmente despoleta.
Debaixo desse edredon cinzento observo os rasgos e sinto as gotas refrescantes que me beijam a pele. Que me beijam a alma, e o rosto, e o corpo, e a sede.
Sedento...
... lembrei-me de ti.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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