Ingleses fleumáticos
Os ataques em Madrid mostraram a ira latina em busca do choque: imagens da explosão, corpos, cadáveres, sangue, vitimas, choro, descomposição e medo humano. É normal nos latinos, diremos todos nós. Mas será normal? Não terá sido uma jogada do terrorismo o atentado ser em Madrid e não ser em Londres na mesma altura? Ou nos EUA?
Eu acho que sim. É claro que é só uma opinião porque mundialmente não sou mais que um em seis biliões de pessoas, mas após os atentados em Londres permito-me concluir isso.
Os ingleses, e londrinos em especial, foram inexcediveis: as imagens são tudo e a Al-Qaeda, ou quem quer que seja, aposta nisso. No 11 de Setembro as televisões testemunharam, os video amadores testemunharam; a 11 de março as televisões estavam lá em todo o seu esplendor logo após, de helicoptero, avião, a pé, a falar com as pessoas. Isso causa medo, causa terror, passa mensagem. Em Londres não: as unidades anti-terrorismo agiram logo e o máximo que se pode ter de choque é através de utentes que publicaram as imagens em fotologs. A versão oficial, e a forma das televisões inglesas agirem rege-se por um código de conduta que é seguido na perfeição: sem imagens de sangue, de pânico e de dor. Além disso os britânicos estão habituados a bombardeamentos constantes na 2ª guerra mundial e a ataques terroristas do IRA. Por muito que a população esteja assustada e cheia de medo, a resposta corajosa que deu ao mundo, e principalmente aos que provocaram os atentados, foi simples e curta: nós somos pacíficos e vencemos o terror!
Em Portugal procura-se o medo, e não há o minimo crime (como a enfermeira de idosos carrasca que fez sangue numa unha encravada naquele lar , ao cortar as unhas com mais de 30 anos) que não mostre a população indignada e um membro político a fazer a cama aos governantes e à classe social, auto-caricaturando-se. Pergunto-me: quando será o jornal O Crime campeão de vendas? Será que precisa ou já tem dignos sucessores?
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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