Carta
"Aquele olhar que fazes quando olhas para mim, que sinto o coração bater mais forte. Quando te vejo a chegar, ao longe, ou ouço a tua voz a chegar quando estou distraído, sem atenção. O teu cheiro, ao te aproximares para aquele contacto, aquele beijo...
... aquele sorriso!
É tão dificil estar tempo longe de ti, sem te ver, sem falar, mesmo que poucas palavras sejam trocadas na cumplicidade dos olhares. É tão duro quando não ouço a tua voz nos meus ouvidos e por recordação sinto o teu cheiro, a tua musica.
Nos sonhos ou fora deles, sempre que estão ou que estás...
Torna-se dificil a distância, mesmo quando ela é tão pequena!"
Num olhar meio acordado meio a dormir, ele poisa a caneta e o bloco onde escreve as cartas. Todas elas, num maço quase inviolado. Porque muitas que com tanto desejo e paixão escreveu ficaram sempre ali, naquele bloco. Longe do olhar de quem devia ler, longe da coragem que ele nunca demonstrou.
E vira-se na cama, desliga a luz, para o longo calvário de tentar dormir; e de tentar sonhar com ela...
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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