quinta-feira, janeiro 26, 2006

Hoje acordei com batuques na cabeça. Não dor, melodia. Suave. Som, musica, vibração.
Voz, num salto(rappa, trechos musicais), num segundo, naquele momento em que sorri ao abrir os olhos. Era dia, como podia ser noite, mas o sol brilhava no meu sorriso, na leveza pluma que inundava o espírito.
Molhei-me com água quente, lavei-me, mas a invisibilidade que me deu a leveza só se notava com o contorno da água, em cascata, a descer pelo corpo não presente, espírito enorme de bem estar.

"As ondas de vaidades
inundaram os vilarejos
E minha casa se foi
como fome e banquete
Então sentei sobre as ruínas
e as dores como o ferro
a brasa e a pele ardiam
como o fogo dos novos tempos
ardiam
como o fogo dos novos tempos"

Não voei com o vento, nem mudei atitude, continuei assim naquela presença etérea, sentido as almas mais próximas [ao meu lado]. Com o som, a ler, compenetrado, enquanto estudava atentamente um futuro maquinado, perfeito na concepção, dificil [estou bem! estou aqui!] de entender. Com atenção tudo corre, tudo se percebe. Maneira que... fecho os olhos.

"E regaram as flores no deserto
e regaram as flores com chuva de insetos"

Passou. Ainda aqui está mas passou. Ainda sou visivel mas passou. Sorrio e vejo sorrir mas passou. E continua a passar e a estar e a ficar e a aparecer. Como as núvens, que podem ter a forma de um demónio ou de um cristo.
Ou de uma flor, de um sol. Que brilha.
Acordei com sol na alma!...


Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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