segunda-feira, agosto 29, 2005

Brilho
(imagem: Constelação de Escorpião - Portal do Astrónomo)
Deito-me na solidão a imaginar no tecto a imagem do céu azul: deitado na praia e ver a imensidão, qual mar aéreo que enche e preenche o campo visual.
Fecho os olhos do céu azul e desenho as estrelas e planetas e constelações presentes na memória e que ocupam aquele específico local no espaço.
Abro os olhos: no azul está o decalque de todos esses deuses que nos olham na noite, e que me contemplam no dia. Perante o dourar do sol que se deita estendo o braço e, com o indicador, desenho cada estrela, cada grupo de estrelas, deixando-os ali - naquele céu azul. As nuvens tentam apagar os pontos de luz adorada mas sei que nunca conseguirão: estão ali para mim, para sempre.
Fecho os olhos e vejo somente a noite escura: transferência completa, passei todas sem esquecer para o mundo e vida real, e azul real, e céu real. Abro os olhos e estão lá, à medida que o dourado se esconde no mar e engole o azul forte e carregado, e surgindo o mais escuro mais escuro até o escuro ser negro. Mudou o lençol mas o motivo é o mesmo: os pontinhos brancos, unidos, a escrever o importante e eterno.
Já lá está.
Ficará, faço isso amanhã! Agora aproveito somente a solidão silenciosa para ver mais um por do sol da minha vida.
Ouro.

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

Sem comentários: