sábado, agosto 06, 2005

Ganhar...

É isso e apenas isso que interessa: ganhar. Não estou a falar de desporto mas de política. É assim que vejo a hipótese Soares para Belém. A hipotese do Partido Socialista ter um nome que rivalize com o de Cavaco Silva e que possa induzir em erro, tapando os olhos do povo, uma maioria inteligente mas insatisfeita com o sucessivo e prometido rumo do país.
Eu acho que os eleitores sabem votar. Alguns. Tirando os cerca de 20% de cada lado dos rosas e laranjas, dos 10% do Partido Comunista e dos 5% do CDS-PP - e agora pelo menos 5% já indefectiveis do BE - ainda há 40% da população que age de forma mais ou menos inteligente nas eleições. O problema é que os 20%'s dos maiores partidos conseguem arrastar, por ignorância ou por atrito, algumas pessoas que são facilmente enganáveis. Assim, com promessas de el-dorados ou com uma campanha ávida de ódio, dizendo que se aquela pessoa ganhar então tudo será pior, estará a colocar-se em casa um regime que tantos e tão bons resultados (!) tem dado.
Não será isto tudo um absurdo? Afinal o PSD não se importou de perder nas legislativas porque sabiam que, apesar da humilhação, os seus lugares/boys estão maioritáriamente garantidos nas autarquias; sabem também que dificilmente perderão as presidenciais e que terão assim mais um contra-poder contra a dilatada maioria socialista. Os socialistas responderam: temos maioria absoluta mas aqueles projectos "chave" para o país vão avançar contra quem quer que seja, mesmo que seja ministro, porque já há um "sócio" para o seu lugar (que tem outros "sócios" para as empresas publicas!). Além disso vamos perder nas autarquias mas vamos fazer uma sangria nas autárquicas, rejuvenescendo o bom e velho Soares (olhe que não! olhe que não!).
Afinal os partidos politicos não vêem além das suas necessidades: ganhar, arranjar cargos aos seus melhores "sócios" de fileira para estes poderem contribuir com donativos para as campanhas (em seu nome ou de outrém). E assim sucessivamente. O país? É apenas um mar de oportunidades! Afinal acabando a mama neste temos sempre poder (e nome e currículo) para conseguir emprego em qualquer empresa/off-shore do mundo. Talvez o Alberto João devesse olhar primeiro para os "chineses e indianos" que há nos partidos antes de criticar os legitimos - que até são bastante trabalhadores!

Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt

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