Pretende ser diferente do normal, por isso ser "contra natura". A ideia é desenvolver textos críticos, que possam misturar (ou não) um pouco de humor não amordaçado.
sábado, agosto 06, 2005
Fogos...
(foto: www.rtp.pt)
Todos os anos a mesma coisa: selectivamente os incêndios vão, ano a ano, reduzindo a mancha verde do país a um cinzento triste e a um castanho merda. O cinzento é da área ardida e o castanho da forma descontrolada, pouco inteligente, absurda - enfim, cagativa - como o português lida com o seu ambiente e bem estar.
O português é egoista. Olha apenas para o seu umbigo e bem estar. Caga nos outros. Caga nos vizinhos, sejam de moradia, de apartamento, de cidade, de distrito. O seu bem é apenas o seu bem fisico e, às vezes, o dos seus mais próximos. O bem do pulmão verde, das culturas ali próximo, do conselho são, para ele, desprezáveis. Desde que ele tenha boas estradas para ir de férias e não pagar; desde que tenha combustiveis baratos; desde que tenha casas para comprar e viver ou moradias onde investir e alugar aos menos abastados; desde que tenha supers e hipers mercados onde vai abastecer alambazadamente o seu carrinho de compras...
Falo porque sou igual, mesmo que não o demonstre; porque se não o sou serei. Falo porque vejo algumas coisas com consciência abalada e com uma gritante intolerância que me poderiam levar a cometer loucuras.
Afinal o país está a arder. Todos os dias os jornais, telejornais, fazem manchetes com isso. Desde o inicio do calor que a seca mostra que a água é um bem escasso (e que nós desaproveitamos de forma estupida - lavando o carro, regando o jardim, lavando os quintais...) e que, assim, os fogos terão combate dificil. Surgem os ayatollah's dos incêndios - alguns com interesses económicos por trás, outros apenas e só com a sua estupidez natural de fazer queimadas com estas condições - e fazem do país uma chaminé: no Litoral a água, salgada, onde a população vai a banhos; no interior o fogo, infernal e diabólico, que cada vez mais cava um fosso na interiorização e importância que sucessivos governantes dão ao seu país - tão amado em eleições!
Imagem paralela: em 1991 as tropas iraquianas queimavam os poços de petróleo no Kuwait, cobrindo o céu de fumo e iludindo os aviões da força multinacional no ataque ao Iraque. Sucessivamente a nossa floresta é alvo de queimadas, criminosas por interesse ou por estupidez. Será que o nosso "petróleo" não é a floresta, que é abusivamente queimada pelo mesmo tipo de tiranos da linhagem de Saddam Hussein (ou George W. Bush, para o qual se diminuia o numero de incendios pelo abate de árvores...)?
Paulo Aroso Campos - paulo.aroso@zmail.pt
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